De Mac Miller a Kid Cudi, os melhores discos de rap internacional em 2020

LONG BEACH, CA – APRIL 29: Rapper Kid Cudi performs onstage during the Smokers Club Festival at The Queen Mary on April 29, 2018 in Long Beach, California. (Photo by Scott Dudelson/Getty Images)

Assim como no rap nacional, o rap internacional nos entregou muitos produtos de qualidade em 2020, ano marcado por lutas raciais e humanitárias necessárias, que acabou aumentando ainda mais a importância de um gênero que tem como principal objetivo essa igualdade racial na maioria dos seus artistas. Mas muito além disso, vários materias entregues relacionam a fama, sentimentos e os mais variados aspectos da vida. Pensando nisso, selecionamos os dez melhores discos de rap internacional neste ano caótico. Segue a lista abaixo!

Texto por Gêra Lobo e João “Janjo” Pierro

Run the Jewels – RTJ4

Iniciamos a lista de rap com o retorno tão aguardado da dupla formada pelo produtor e rapper EI-P e Killer Mike, o Run the Jewels, e não poderia ser melhor. Em um ano marcado por lutas raciais e humanitárias, o supergrupo presenteou os fãs com o sensacional “RTJ4“, lançado dois dias antes do esperado, em 3 de junho. Com toda sua agressividade e versatilidade no hip hop, o trabalho conta com participações de personalidades como Zack de la Rocha, (ex)vocalista do Rage Against the Machine, Pharrell Williams, Mavis Staples e até de Josh Homme, líder do Queens of the Stone Age. As letras focam nos protestos e realidade da brutalidade policial contra os negros e em outras vertentes que englobam assunto. De todas as formas, um disco necessário e de qualidade altíssima.

Faixas destaque: “out of sight (feat. 2 Chainz)”, “walking in the snow” e “JU$T (feat. Pharrell Williams & Zack de la Rocha)”

Denzel Curry – Unlocked

Denzel Curry se uniu ao produtor Kenny Beats e, logo no início do ano, “Unlocked” foi lançado pela dupla. Ambos movimentam o cenário não apenas pela quantidade de trabalhos realizados nos últimos anos, mas também por conta da ótima qualidade exibida em seus projetos. O EP conta com apenas oito faixas e 17 minutos de duração, mas consegue explorar perfeitamente todas as qualidades da dupla! Além disso, Denzel Curry era uma das atrações do festival Lollapalooza Brasil 2020, que por conta da pandemia do COVID-19, foi adiado para setembro de 2021.

Faixas destaque: “Take_it_Back_v2”, “‘Cosmic’.m4a” e “DIET_”

Jay Electronica – A Written Testimony

Divulgado no início da pandemia, “A Written Testimony” é o disco de estreia do rapper Jay Electronica, que foi uma espera muito válida, sem sombra de dúvidas. Ele conseguiu demonstrar um grande arsenal para funcionar como MC e produtor do trabalho, apresentando beats misturando aquele sentimento “vintage“, com algo até moderno, além de bons samples e ritmos “densos”, que encaixam bastante com a proposta do disco. É um típico trabalho que leva o ouvinte a um estilo mais “antigo” no rap e hip hop, trazendo um pouco da aura doo gênero nos anos 2000 e até no início dos anos 2010.

Faixas destaque: “The Blinding (feat. Travis Scott)”, “The Neverending Story” e “A.P.I.D.T.A”

Mac Miller – Circles

Logo no início do caótico ano de 2020, fomos presenteados com o que seria a continuação do ótimo “Swimming” (2018), “Circles” – primeiro álbum póstumo do rapper Mac Miller, e que estava sendo trabalhado antes dele nos deixar, sendo finalizado pelo produtor Joe Brion. A junção dos dois álbuns nos traria a ideia de “nadar em círculos”, que foi comunicada pela família de Mac Miller, no Instagram do projeto “92 Til Infinity”.

Leia +: O incomparável sentir de Mac Miller

Faixas destaque: “Blue World”, “Good News” e “That’s On Me”

Freddie Gibbs & The Alchemist – Alfredo

Parceria entre o rapper Freddie Gibbs e o produtor The Alchemist, “Alfredo” é aquele típico trabalho que faz você pedir por mais. Com 35 minutos de duração, o disco apresenta tendências “vintage” do hip hop, com pianos que acompanham as composições das músicas, além de lindas texturas e samples. Além disso, simplesmente todos os participantes do álbum estão no seu maior nível, seja o próprio Gibbs, que se confirma aqui como um dos melhores do cenário, como os convidados, Rick Ross, Tyler, The Creator, Conway the Machine e Benny The Butcher. Não a toa esse trabalho foi indicado ao Grammy’s de melhor disco de rap do ano.

Faixas destaque: “God Is Perfect”, “Frank Lucas (feat. Benny The Butcher)” e “Baby $hit”

Aminé – Limbo

Após três anos do álbum “Good For You e do hit “Caroline”, o rapper nativo de Woodlawn, bairro de Portland, lançou seu segundo e mais bem acabado álbum de estúdio. Em “Limbo”, Aminé traz reflexões sobre assuntos como o crescimento, as responsabilidades da vida adulta, angústias e alegrias, sempre trazendo o seu humor refinado nas rimas e seu flow característico. Sendo um dos MCs mais subestimados da atualidade, Aminé decidiu por não seguir fórmulas já batidas e fez o projeto com as características que o deixaram conhecido no cenário.

Faixas destaque: “Compensating (feat. Young Thug)”, “Riri” e “Roots (feat. JID, Charlie Wilson)”

Pop Smoke – Meet the Woo 2

Lançado cerca de duas semanas antes do seu falecimento, “Meet the Woo 2” foi um dos dois discos que Pop Smoke apresentou ao mundo em 2020 e, sem dúvidas, um que fez grande barulho. Ele apresenta alguns dos seus principais sucessos e se destaca por misturar com grande êxito os gêneros de hip hop, vertentes da música eletrônica e do drill, um dos subgêneros do trap, marca garantida do rapper. O mais interessante é que, mesmo sendo um álbum de trap, não parece ser cansativo como a maioria dos trabalhos do gênero e entrega beats agressivos e que não te deixam parado.

Faixas destaque: “Invincible”, “Element” e “Mannequin (feat. Lil Tjay)”

Gunna – Wunna

Inteiramente gravado na Jamaica, o álbum “WunnaWealthy Unapologetic Nigga Naturally Authentic, do rapper americano Gunna traz toda uma estética energizante e serena, deixando claro que foram investidos tempo e dedicação no projeto. Na parte estética, temos a arte da capa, que é uma imagem detalhada de Gunna, realista, mas cercada por símbolos astrológicos, criada à semelhança do Homem Vitruviano. Já na parte musical, o rapper mostra toda a sua eficiência, deixando claro que, “Wunna” é consistentemente o seu maior e melhor projeto.

Faixas destaque: “Wunna”, “ARGENTINA” e “TOP FLOOR (feat. Travis Scott)”

Westside Gunn – Pray for Paris

Fundador da Griselda Records – coletivo americano de hip hop e gravadora independente com sede em Buffalo, Westside Gunn apresentou um dos melhores trabalhos do ano com “Pray For Paris“, que possui uma audição agradável e profunda, beirando trabalhos clássicos dos anos 90. Já na parte estética do álbum, o rapper contou com nada menos que Virgil Abloh, designer de moda e fundador da marca OffWhite, para o conceito e identidade visual do projeto. O projeto ainda conta com participações de nomes como Tyler, The Creator, Freddie Gibbs e os companheiro de Griselda Records.

Faixas destaque: “Westside Gunn & Joey Bada$$ – 327 (ft. Tyler, The Creator & Billie Essco)“, “Euro Step” e “Westside Gunn – George Bondo (ft. Conway the Machine & Benny The Butcher)”

Kid Cudi – Man on the Moon III: The Chosen

Para finalizar a lista de rap, nada melhor que encerrarmos com o disco lançado de maneira mais recente. Seguindo a trilogia “Man on the Moon“, o sempre fantástico Kid Cudi presenteou os fãs com a terceira parte, chamada “Man on the Moon III: The Chosen“, que trouxe um rapper no seu mais alto nível em 18 faixas com tudo de melhor de Cudi, com sintetizadores em ponto, beats incríveis, além de misturar gêneros como psicodelia, trap e até o grime. Dentre as participações no disco, temos Skepta, Pop Smoke, Phoebe Bridgers e Trippie Redd. Ele realmente te leva a uma viagem pelo universo, mas, ao mesmo tempo, retorna a terra para avisar que vem muita coisa ainda por aí…

Faixas destaque: “Damaged”, “Show Out (feat. Skepta & Pop Smoke)” e “She Knows This”

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