A pandemia de COVID-19 adiou eventos sociais sem previsão de retorno. De repente, pessoas do mundo inteiro tiveram suas vidas e compromissos sociais paralisados, sem ter uma ideia de quando poderíamos voltar a uma rotina e vida normal. Com diversos artistas utilizando o período de isolamento social para compor sobre o sentimento de incertezas, tédio e preocupação, a Anzai resolveu trazer uma outra concepção para o single de lançamento da banda: “Eu Não Fecho os Olhos“, que traz em seu clipe e letra uma história dos amores que surgiram no meio da pandemia e agora devem lidar com a distância da quarentena.
“A história na nossa cabeça é que o casal tinha se conhecido antes da quarentena começar, e quando o período entrou em vigor eles optaram por continuar se falando e conhecer essa pessoa, com todas as belezas, sutilezas e inseguranças que esse momento envolve”, adiantou o compositor Paulo Eduardo Anzai em entrevista ao ROCKNBOLD.
O single antecipa o EP de estreia da banda, O Que Seremos um Para o Outro, composto de crônicas contemporâneas. Tratando o trabalho de três faixas como uma história com começo, meio e fim, Eu Não Fecho os Olhos é o primeiro capítulo dessa narrativa de romance, seguido agora pelo single Semana, disponibilizado em fevereiro.
Nascida da vontade de uma expressão musical livre e sem amarras, a Anzai surgiu em 2019, mas foi lançar-se apenas no fim de 2020, adiada pelas complicações causadas pelo coronavírus. O projeto foi iniciado por Paulo Anzai após o fim de seu grupo musical anterior. De forma natural, Thiago Pege e Ruben Barbosa se uniram ao trabalho e ao longo de 2019 passaram a construir as canções que estarão no EP de estreia.
“Quando o Paulo trouxe não fecho os olhos e trouxe as sugestões, a gente viu uma luz no fim do túnel pra apresentar isso de uma forma que fosse prática e atrativa e conversasse com esse momento que a gente está vivendo”, explica Thiago Pege durante o papo. “A ideia de trazer esse amor que é tão difícil falar sobre.”
“Assim como as outras pessoas a gente iniciou 2020 com expectativas que de uma forma foram frustradas né?”, relembra Paulo dos planos iniciais para a Anzai no ano passado. “Talvez outras músicas nossas não fossem tão interessantes nesse momento, falando de outros temas, abordando outras formas e até ritmos diferentes.”
“Essa música ajuda a fechar os olhos, e por mais que o nome não sugira isso [risos] e a se deixar levar pela música”, continua. “As pessoas não estão saindo de casa, mas a música pode te tirar um pouco dessa atmosfera.”
Sobre projetos futuros, a banda não nega que o maior desejo é encontrar o público pela primeira vez e experimentar-se tocando ao vivo. “É o que tem movimentado nosso coração, ter esperança no amanhã para sentir esse calor humano de novo”, revela Thiago.
E para quem está ouvindo falar sobre a Anzai pela primeira vez por conta do ROCKNBOLD, Paulo já adianta: a banda “surgiu no geral da nossa necessidade de se expressar autoral.”
“Minhas músicas viraram nossas, e de agora em diante, serão cada vez mais nossas. Hoje o projeto é pensado por nós três, com uma química entre nós que eu acho que vai conseguir de alguma forma transparecer cada vez mais com a possibilidade desse contato ao vivo [com o público”, continua.
Thiago opina: “a Anzai essencialmente é como sintetizasse a união de nós três, sempre que eu ouço as nossas músicas eu vejo coisas minhas, do Rubinho e do Paulo. Espero que as pessoas ouçam essas canções e compreendam a banda como algo que cria junto.”
Já Rubinho descreve o projeto como “muito fácil e ao mesmo tempo muito complicado” de se explicar, mas parte para o poético ao pensar na experiência de criar música com o grupo: A Anzai é aquela tarde de domingo que você se reúne com a sua família e para pra ouvir música boa.