The Blueprint: 20 anos de um clássico de JAY-Z

Álbum de Jay-Z completa 20 anos de seu lançamento nesse sábado
texto enviado pelo colaborador Vitor Lupo; siga-o clicando aqui

Um monumento histórico do rap. Seja por sua relevância no catálogo de Jay-Z, ou mesmo por sua data de lançamento em 11 setembro de 2001 – a mesma do fatídico atentado na New York, berço do artista –, o álbum The Blueprint é, no sentido literal e figurativo, referência no Hip Hop internacional.

Artisticamente, marcou um momento de solidificação do MC como um dos principais nomes do rap americano, sendo de forma defensável o pináculo criativo e sonoro de Jay-Z. Após o clássico debut Reasonable Doubt (1996), Jay-Z teve lançamentos com sucesso comercial como Vol. 2: Hard Knock Life (1999) e Vol. 3: Life and Times of S. Carter (1999). Esses discos tiveram relativa boa recepção da crítica, apesar de som muito atrelado ao pop rap da época, com mau envelhecimento. Por outro lado, as batidas bem polidas, muitas vezes com samples de soul, o flow suave e confiante do rapper no topo de suas capacidades fazem do The Blueprint uma obra atemporal, que representa um dos trabalhos mais refinados, mas ainda positivamente street, do rap nova iorquino.

Poucos dias antes do lançamento, a performance do rapper no Summer Jam de 2001 introduz a diss track Takeover” que, além de mencionar o duo Mobb Deep, formaliza uma relevante beef entre Jay-Z e Nas (respondida com a dolorosa diss Ether”) pelo trono de melhor rapper vivo em New York. A música é a segunda faixa do álbum, que diss track à parte, tem som uniforme, limpo e bem construído.

O começo do álbum concentra as faixas com orientação pop (“Izzo”, “Jigga that Ni**a” e a inteligente “Girls, Girls, Girls”), concedendo espaço ao decorrer das faixas a som clássico e formatado, dominado por samples do soul e produções de um então novato Kanye West. Este é responsável pelos destaques “Heart of the City” (sample de Bobby Bland) e “Never Change” (sample de ‘Common Man’ do David Ruffin), na qual pode ser escutado cantando o refrão de maneira não creditada, em sua primeira aparição na carreira como vocalista.

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Produtores com participação no álbum incluem Trackmasters, Bink!, Timbaland e o também então novato Just Blaze (“U Don’t Know”, “Song Cry”, “Lyrical Exercise”), bem como Eminem, que também participa no destaque “Renegade“, com verso notório por denso uso de assonâncias, ritmo intenso e rimas intrincadas. No fechamento, “All I Need” faz relaxante releitura da faixa “Me and My Girlfriend” de Tupac, enquanto “Momma Loves Me” mantém tom reflexivo em narrativa autobiográfica.

O álbum liderou o Billboard 100 em seu ano de estreia, aparecendo na lista por 35 semanas. Foi ranqueado pela Rolling Stone como #252 na lista de 2012 dos 500 melhores álbuns de todos os tempos, e o primeiro álbum de rap do século XXI reconhecido como ‘culturalmente relevante’ pela National Recording Registry, em que figura ao lado de nomes como Tupac, Public Enemy e Ms. Lauryn Hill.

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