The Wombats te ensina a dançar com suas frustrações em “Fix Yourself, Not The World”

Através de uma trajetória sonora banhada em indie rock, o trio te transporta para a experiência de um festival de música.  
The Wombats fix yourself , not the world

Conhecidos pelos hits “Let’s Dance To Joy Division” e “Greek Tragedy”, essa recentemente viralizada no TikTok, a banda britânica The Wombats inicia 2022 com novo álbum de estúdio abrangendo ritmos dançantes e uma narrativa sonora florescente. Fix Yourself, Not The World é o indie rock que todo fã de trabalhos de gênero irá curtir do início ao fim e ainda vai se imaginar em um Lollapalooza. Informação super relevante, já que vamos contar com a presença do grupo mês que vem na edição do festival em solos brasileiros. 

O álbum abre com força a partir da faixa “Flip Me Upside Down”, apresentando linhas de baixo potentes e batida bem característica, preparando nosso humor para um álbum que engloba diversos tons, com versos melódicos entrelaçados à viradas de bateria, nos levando a um rock animado e dançante. Nas canções “This Car Drives All by Itself” e “If You Ever Leave, I’m Coming With You” encontramos mais timbres de sintetizadores, refrões bem escritos e misturas de percussões eletrônicas, com destaque especial ao segundo nome, um sucesso que foi lançado como single em 2021 e preparou o terreno junto a uma série de lançamentos que fariam parte do novo álbum no ano seguinte. 

“Method to Madness” foi outro single lançado antes do álbum, ano passado. A música com toques de R&B mostra um lado harmônico por meio de baladas românticas, sem deixar de lado os timbres característicos do indie, mas agora acompanhados de vocais falseados, deixando mais à mostra esse clima sentimental, encerrando num rock que se assemelha a uma explosão de sentimentos, junto ao peso de instrumentos no final da canção.  

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Um destaque nos trabalhos da banda com certeza são as letras muito bem desenvolvidas. O tema central do disco é abordado em meio a devaneios a respeito da fase adulta e suas jornadas conflituosas que atingem todo ser humano no processo de amadurecimento. Transformar desabafos em músicas dançantes é uma arte que The Wombats domina muito bem, mostrando que podemos aceitar certos imprevistos da vida e ainda conseguir dançar no ritmo da música. 

“People Don’t Change, Time Does”, “Everything I Love Is Going To Die” e “Work Is Easy, Life Is Hard” complementam a narrativa do mundo adulto. Vale sublinhar a sétima faixa na qual acompanhamos uma harmonia feliz com letras um tanto quanto tristes, mas abordando uma aceitação sobre fatos da vida, tudo que o indie ama! Podemos conectar a bandas como Two Door Cinema Club, The Lumineers e Paramore que passam o mesmo sentimento em muitas de suas canções. 

“Wildfire” já chega com guitarras distorcidas e a voz em tom agudo, encontramos um certo sex appeal representando o rock, num estilo similar ao do Queens Of The Stone Age. Ao atingir o final do álbum, temos a “Don’t Poke the Bear” e “Worry”, faixa que apresenta falas como se fossem mensagens de áudio, ilustrando o tema central do álbum sobre as preocupações acerca da vida. 

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Encerramos essa experiência na faixa título, “Fix Yourself, Not the World (Reach Beyond Your Fingers)”, um interlúdio com timbres experimentais, que nos transporta à algo mais dreaming, dando o toque final ao cenário que criamos ao escutar o trabalho completo. 

The Wombats caprichou na produção e não poupou esforços em suas composições. O resultado foi um projeto extremamente bem executado, permitindo que seu público se identifique com as vivências da banda, e trazendo um contexto lúdico sobre as questões humanas. Não à toa o disco atingiu o topo das paradas britânicas! O indie rock pode ser triste, mas não podemos deixar o sofrimento nos bloquear. Deste modo, “Fix Yourself, Not the World” nos convida a aproveitarmos nosso tempo apesar das frustrações diárias que podem nos perturbar. 

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