Rise Against segue com seu ‘fogo revolucionário’ em “Nowhere Generation”

Pesos-pesados do punk entregam mais um trabalho redondo, intenso e impactante com suas letras focadas no social

Mesmo com 20 anos de estrada, o Rise Against segue sendo uma das principais referências do punk. Influência para várias bandas pelos trabalhos nos anos 2000, principalmente, a banda sempre conseguiu manter sua relevância com um som empolgante, veloz, intenso e letras impactantes relacionada a várias temáticas sociais, como política, suas ideologias, e meio ambiente.

A forma como o grupo sempre transmitiu a mensagem é o grande destaque da sua autenticidade. A emoção passada pelo o vocalista Tim McIlrath sempre algo único, e isso está ainda mais presente em Nowhere Generation, último trabalho dos caras. Ele segue a fórmula do sucesso, com a maioria das canções estruturadas de uma maneira agressiva, mas com um refrão que dá vontade de cantar o mais alto possível e que, sem dúvidas, seriam sucesso em um concerto. E o resultado foi o mais redondo possível.

rise against nowhere generation
Foto: Divulgação/Rise Against

Já começamos o disco com o pé na porta. Enquanto “The Numbers” nos apresenta uma faixa com foco na resistência e a utilização de privilégio para nos mostrar o caminho, “Sudden Urge” já se inicia com um riff poderoso de fazer qualquer fã de punk bater cabeça, além de uma ponte extremamente bem feita. A raiva e emoção apresentada por Tim toma conta, te levando junto em uma clara demonstração de indignação.

Primeiro single lançado do trabalho, e faixa que dá o nome ao disco, “Nowhere Generation” é uma perfeita amostra de como a banda soube evoluir com seu público (sua geração), mas sem perder a conexão com seus novos fãs, em uma canção que, com seus vocais a plenos pulmões é de arrepiar. A bela sequência permanece com “Talking To Ourselves“, que, como bem diz o vocalista Tim McIlrath, define bem a banda, por permitir que falem e gritem quando sentem que as coisas que estão acontecendo mereciam maior atenção.

Broken Dreams, Inc.” nos leva as raízes do Rise Against, de intensidade pura, com riffs de um punk que lembra seus primeiros trabalhos, com raiva e frustração, repetindo bastante o refrão (Broken Dreams = Sonhos partidos). Em seguida, não poderia faltar aquela baladinha acústica. “Forfeit” cria uma ambientação admirável com violinos, piano e a voz de Tim conduzindo uma viagem bem agradável e especial. Um clássico, sem dúvidas. “Monarch” retorna a intensidade e velocidade, típico hardcore melódico.

A sequência final é poderosa. Em “Sounds Like“, a exploração do ser por coisas melhores, em uma faixa poderosa, extremamente bem construída, do jeito que só o Rise Against sabe. “Sooner or Later” diminui um pouco mais a intensidade para algo voltado rock, com uma letra poderosa focada na imagem da morte e na falta de esperança, com destaque para um refrão que não fica para trás em nenhum sentido.

O chute de realidade vem em “Middle Of A Dream“, com um impacto sobre os sonhos contra as dificuldades que a vida real apresenta. Por fim, “Rules of Play” fecha o álbum com chave de ouro, juntando praticamente tudo abordado durante o trajeto do projeto, como a dor do oprimido e a falta de oportunidades para quem sempre busca fazer a coisa certa. Mais um murro no estômago para a realidade da vida.

Mesmo não sendo um álbum conceitual, Nowhere Generation é mais uma entrega necessária e importante de uma das maiores bandas de rock do século. O impacto das suas letras seguem gigantes, trazendo o que o mundo realmente tem a oferecer e baixando expectativas de grandes sonhadores. E, como já dito, a forma como eles transmitem a mensagem, com tanto poder e emoção no som, é o que deixa tudo ainda mais “forte” para quem escuta.

A longevidade e regularidade do Rise Against segue sendo algo a ser destacado. Por mais que não tenham feito nada revolucionário no seu som, a agressividade e o “fogo” na forma como produzem música é o que segue chamando atenção, mesmo que com 20 anos de trabalhos extremamente sólidos e poderosos. Bater de frente com ideologias e o social sempre será uma missão árdua, mas o grupo também sempre estará preparado e este disco comprova isto.

Melhores faixas: “Sudden Urge”, “Forfeit”, “Sounds Like”, “Sooner or Later”, “Middle Of A Dream”, “Rules of Play”

NOTA: 9/10

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