Por Bruna Antenore e Júlia Baruki
O rock psicodélico sempre possuiu uma capacidade de se renovar e se manter relevante ao longo das décadas. Na década de 1960, com o estilo totalmente paz e amor dos hippies e a representação musical através de nomes como Jimi Hendrix e Janis Joplin, passando pelo Brasil com Os Mutantes, o gênero musical mostrou para o que veio e dominou as coleções de discos da maioria dos fãs de música.
Agora, já no século XXI, podemos pensar em nomes como o Tame Impala, que conseguiu misturar o rock psicodélico com o tradicional hard rock e depois migrou para o pop e os também australianos do King Gizzard & the Lizard Wizard que de 2012 para cá já lançaram mais de 15 álbuns juntando todos os estilos musicais possíveis. Da mesma forma que seus colegas, The Gamma Sennin chega com um primeiro single sem fronteiras ou limites, entregando um som pulsante e que não tem medo de abraçar influências do passado para entregar um bom rock psicodélico do século XXI.
Diretamente de Los Angeles, o coletivo musical é liderado por Kevin McGuire e conta com nomes de peso do rock internacional, com integrantes sendo membros de bandas influentes como Oingo Boingo, Earthlings?, OFF!, The Calling e Queens Of The Stone Age. O resultado final virá no disco de estreia do grupo, quem promete dentro de suas dez faixas, levar o ouvinte a uma jornada psicodélica. Querendo fugir ainda mais da caixinha, ele será apresentado em três partes diferentes, inspirados em parte pelo clássico “O Fantasma do Paraíso” de Brian DePalma de 1974 e “Além do Bem e do Mal” de Nietzsche.
Enquanto o álbum completo não vem, a banda liberou a primeira faixa “I Kill You”. Com a intenção de já entrar no cenário musical pela porta da frente, a música foi gravada no famoso Rancho De La Luna e na Panoramic House com o coprodutor Peter Franco (Daft Punk), mixada por Dan Lerner (Daft Punk) e masterizada na Capitol Records por Ian Sefchick.
O início da jornada com “I Kill You”
De acordo com McGuire, “I Kill You” é pura energia, crua e muito viciante”, é a introdução a uma jornada começando com a destruição do ego.” Acelerada, sempre pisando no acelerador, o single é um monólogo interno de um ser humano nervoso, tentando se convencer a não ultrapassar os limites, enquanto sua voz interna grita claramente “Faça isso”. Ao mesmo tempo que a canção nos direciona para a loucura e para a escuridão, chegando a um recomeço sonoro, um novo amanhecer.
A dinâmica que The Gama Sennin escolheu para o single é de melodias pesadas, riffs massivos com uma lembrança do rock dos anos 90, sensação provocada principalmente pelos acordes sombrios e vocais energéticos, assim como a música. A união entre a energia alternativa, psicodelia, expansivos ritmos do deserto e progressão espaçada em um som original alucinante e pulsante, definitivamente coloca o coletivo musical em destaque pela ousada fusão de elementos.
A ideia central de Kevin é fundir o alternativo e o psicodélico, gerando assim um som original, alucinante e pulsante, exaltando o passado dos gêneros olhando para o futuro, baseado principalmente na Califórnia. O mais importante é que ela é apenas uma amostra do álbum que ainda está por vir.