Des Rocs — ou Danny Rocco — não é exatamente um novato no mundo da música. O artista que um dia já trabalhou no departamento jurídico da gravadora Epic Records, se tornou um de seus clientes como parte da banda de indie pop Secret Weapons. Ao lado de Gerry Lange, Rocco lançou o primeiro single do duo, “Something New”, em 2015, e seu único álbum “As the setting sun comes crashing down on me” em 2017, que não foi exatamente um sucesso, mas fez com que ganhassem reconhecimento e se tornassem o ato de abertura de bandas como Fall Out Boy e Panic! At The Disco.
Ainda em 2017, a banda entrou em hiatus após Gerry Lange ser diagnosticado com doença de Lyme. Antes do descobrimento da doença, Lange sabia que tinha problemas de saúde e continuava se apresentando com a banda, mas havia sempre a preocupação de saber onde era o hospital mais próximo da casa de shows. Houve um ponto que Gerry Lange estava lutando por sua vida, e junto com o diagnóstico, o duo precisou interromper as apresentações e a carreira.
Danny não sabia exatamente o que fazer a seguir, mas a pedido de Lange, ele não ficaria parado.
NASCE UM ROCKSTAR
Hoje, aos 30 anos, o artista que cresceu em New York se apresenta ao mundo como uma nova persona: Des Rocs. Seu processo criativo se tornou solitário e sonoramente diferente do que estava acostumado com o Secret Weapons, mas tão original e promissor quanto. Diferente de Danny Rocco, Des Rocs é um rockstar em ascensão. Suas composições são mais duras e agitadas, guiadas pela influência do legado de grandes figuras do rock, como Elvis Presley, e une características do hard rock, blues, alt, folk, com um toque de rockabilly no visual, criando uma sonoridade forte e única, assim como sua voz.
Seu lead single solo, “HVY MTL DRMR”, foi lançado em fevereiro de 2018 e conquistou notoriedade rapidamente, assim como seu EP que surgiu a seguir, “Let the Vultures In”, que reúne cinco músicas que seguem a mesma vertente de rock com riffs pesados, letras contagiantes e ritmo dançante. Em entrevista para LIHERALD, Rocco descreve sua música como “um subproduto moderno do antigo rock n ‘roll”, com influências de Elvis e Talking Heads.
“Durante esse tempo na estrada, senti que havia algo faltando no rock & roll que definia a música em que eu cresci, como Roy Orbison, Queen, Elvis e Talking Heads. Eu queria criar algo novo que fosse totalmente eu mesmo, pegando minhas principais influências e atualizando-as para o século XXI.” -Des Rocs
Seu lançamento mais recente, o single “Living Proof”, não foge da sonoridade apresentada no primeiro EP, o demonstra uma fidelidade do artista à sua proposta musical. Des Rocs não está brincando de rockstar, ou arriscando em um projeto experimental. Ele sabe o que quer produzir, o que quer impactar e onde quer chegar com sua música.
Apesar da popularidade ainda baixa, Des Rocs conquistou mais de um milhão de ouvintes mensais no Spotify. Sua faixa mais popular na plataforma, “Let Me Live / Let Me Die”, ostenta a incrível marca de 25 mil streams. Em entrevista, Rocco diz que acredita que seu sucesso está vindo lentamente, porém com firmeza. Recentemente, o artista se juntou em turnê com amigos da banda The Struts, e foi o ato de abertura dos Rolling Stones e banda britânica Muse em turnê mais recente, a Simulation Theory Tour, durante sua passagem pela Europa.
“Meu passado é feito de rock and roll e blues. Mas eu também amo um disco pop ou um disco de dança. É exatamente isso que escrevo naturalmente. Des Rocs é uma versão não contida do meu cérebro”
Des Rocs é um homem na estrada com uma missão sobre os ombros. Ambicioso, ele acredita que o rock and roll está em um lugar estranho atualmente, e precisa ser resgatado para retornar aos seus dias de glória. O artista acredita que, ao longo dos anos, as pessoas ficaram com muito medo de correr riscos inovando no gênero, seja pelo temor de soar estranho ou de forçar um a chegada de um novo conceito. Por um outro lado, o artista encara isso como uma oportunidade para se destacar com sua arte sem muita concorrência.
Para Danny Rocco, Des Rocs é a expressão mais pessoal e sincera de algo que sempre esteve dentro dele e as energias que o vibram, e, acima disso, um sopro de modernidade e vitalidade para o que costumava ser o velho rock.
“ Coloquei todas as músicas em duas categorias. Falso ou fodidamente real. Há muita música falsa por aí, muitas pessoas que querem ser artistas, mas são apenas medíocres. A primeira coisa [a música] tem que ser real. Segunda coisa, tem que correr um grande risco de alguma maneira. ”