Balara e quando compor com o coração faz toda a diferença

Quando um artista acredita no que faz, isso fica nítido para o consumidor em seu resultado final. É o caso dos santistas da Balara, cujo nome surgiu em um sonho que o vocalista teve, e isso já diz muito sobre a banda: seguir aquilo que desejam e acreditar nos próprios sonhos.

Iniciando oficialmente uma nova fase na última sexta-feira (18), o grupo lançou a primeira faixa inédita desde 2018, Deixa Ela Voar, que chega junto ao clipe com uma mensagem sobre mulheres independentes.

Diferente dos trabalhos anteriores da Balara, Deixa Ela Voar traz elementos que transitam entre a nova MPB, o pop rock e o urban music. Quando questionado sobre o que a faixa traz de novo quando comparada às canções do primeiro álbum do grupo, Depois de um Longo Caminho, o vocalista Luccas Trevisani explica: “é uma música mais radiofônica. A gente imagina que possa alcançar ainda mais pessoas do que algumas canções nossas que são mais puxadas pro rock e pro alternativo”, começa. “Ela é mais pop não apenas em estrutura e arranjos; a letra pode não ser tanto como as músicas pop atuais, apesar dela ter um refrão fácil, ela tem uma narrativa e uma história.”

Deixa Ela Voar antecipa o segundo álbum de estúdio da Balara, que tem tudo pra ser o melhor trabalho da carreira da banda até agora. Assim como o single, as demais faixas da tracklist foram compostas durante o período de isolamento social, em que o vocalista e compositor do grupo permitiu-se arriscar em novas letras e parcerias, trazendo uma ótica mais inovadora e madura para essa nova fase da banda.

“Eu por natureza me enxergo uma pessoa que tenta sempre ver o lado positivo. Se a gente ficar remoendo muita melancolia aquilo pode nos machucar por dentro e o emocional acaba refletindo no nosso corpo”, explica o Trevisani. “O que eu sinto que mudou muito com a pandemia, falando como compositor, é justamente nisso de escrever com outras pessoas.”

Deixa Ela Voar nasceu de uma parceria com Mateus Cristóvão, um amigo de longa data de Luccas Trevisani. “Essa música foi feita toda à distância”, conta. “Ele [Mateus] mandou a base do violão e eu tava num intervalo de trabalho, entre uma reunião e outra. Quando peguei, começou a vir as estrofes e refrão, um caminho de letra que eu nunca tinha escrito algo parecido […] Quando eu tinha algo mais desenvolvido, chamei ele e coisa de dois dias a gente já tinha terminado a faixa.”

“Essa troca de energia, visão e experiência que compor com alguém que você nunca escreveu antes traz marcas na gente. Você deixa algumas coisas na pessoa e ela deixa algo em você também”, reflete.

E é movido por tanta paixão pelo próprio trabalho que a Balara está prestes a lançar a melhor safra de músicas que Luccas Trevisani compôs até agora, em toda a sua vida. “A gente escreve pelo que a gente acredita, pelas nossas verdades, pela emoção e sentimento que a música passa. A música é uma autocura, uma terapia que me ajuda muito quando eu tô escrevendo, pra minha saúde e pra minha alma. Se aquilo fez bem pra mim e me trouxe uma sensação boa, eu sei que alguém no mundo vai se conectar com aquilo também”, conta o cantor.

Esse tipo de processo criativo já foi provado em outros momentos da carreira do grupo. Com esse propósito que vai muito além de likes nas redes sociais e recordes em plataformas de streaming, o “pop inspirador”, como eles mesmo rotulam seu gênero musical, vem transformando vidas. O videoclipe de Guarde Na Mente, por exemplo, trouxe uma temática importante, retratando a deficiência visual e perda da visão e, tanto a atriz do clipe quanto os músicos, realmente estudaram para entender a história de alguém com essas condições. Com esse trabalho, o clipe de estreia da banda, em 2018, ganhou dois prêmios internacionais na Espanha como “Melhor Mensagem Social em Videoclipe Musical” e “Melhor Produção em Videoclipe Musical” no renomado Festival de Cinema Prémios Latino.

O trabalho, no entanto, não parou por aí: até hoje, a renda decorrente da monetização do YouTube desse clipe é revertida em doações para as instituições Lar das Moças Cegas e Projeto Música Transformando Vidas.

“Sei que quando a gente faz algo de verdade, encontraremos pessoas que se conectem com aquilo: é essa a beleza da gente fazer arte, fazer algo verdadeiro”, complementa Luccas Trevisani. “Quando a música faz diferença no coração de alguém, já vale a caminhada independente da gente ser uma banda mainstream ou não.”

Da Baixada para o mundo

Presentes numa cena da música santista “pós-Charlie Brown Jr.”, a Balara é mais uma prova viva de que a baixada é o berço de grandes nomes da música brasileira. Apesar de seguir uma vertente diferente de outros artistas que surgiram no local, como UELO, Zimbra e Aliados, os músicos Luccas Trevisani, Daniel Debski Danilo Almeida carregam elementos que fazem referência à cidade em que a banda nasceu: Santos, no litoral paulista.

Um exemplo disso é no próprio lançamento de sexta-feira, Deixa Ela Voar, que traz algumas cenas gravadas no calçadão bem na orla da praia, local presente no dia a dia de muitos santistas. O primeiro clipe da banda, Guarde na Mente, também é outra mídia que trouxe um dos principais pontos turísticos da cidade: o Monte Serrat.

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