Os últimos anos não foram lá tão agradáveis para o clássico do indie rock apesar do surgimento de diversas novas bandas dispostas a manter o seu legado vivo. Grandes heróis do gênero como Julian Casablancas e Alex Turner se voltaram para novos projetos na tentativa de se reinventar artisticamente e criar arte experimental sem comprometer a qualidade e legado de suas devidas bandas originais, ou apenas fazer música fora de sua zona de conforto. A relação de Casablancas com o The Voidz teve início em 2013, mesmo ano em que The Strokes lançava seu quinto álbum de estúdio, Comedown Machine.
No ano seguinte, a banda conhecida como Julian Casablancas + The Voidz, e que não por acaso era considerada um projeto solo do vocalista, lançou seu álbum de estreia, Tyranny, que não agradou muito, além de claro, os fiéis fãs do The Strokes. O som altamente experimental e inconsistente não trouxe toda a glória que a banda esperava com Julian a sua frente.
O segundo álbum do grupo, Virtue, foi lançado em 2018. Apesar da influência oitentista combinada ao visual vaporwave, o trabalho não trouxe grandes hits e muito menos novidades, mas serviu para provar que o álbum – que passaria despercebido se fosse de qualquer outro artista desconhecido – era respeitado por carregar o nome do frontman do aclamado Strokes. O peso de seu nome dava ao projeto um visual conceitual, original e a frente ao seu tempo, mesmo quando chato, monótono ou intragável.
O bom filho ao indie retorna
Apesar de Julian se dividir entre duas bandas, em 2016, o The Strokes lançou o EP Future Present Past, que contava com três músicas e um remix, que seguiam a mesma linha sonora do até então último álbum, Comedown Machine. As novas canções foram o suficiente para matar a sede de novidades para aqueles que ainda acreditavam que o frontman pertencia a uma só banda. Estes mesmos fãs esperavam que aquele EP fosse um sinal de que o quinteto retornaria com força total, com um álbum completo no ano seguinte. Entretanto, aquela foi a última vez que se ouviu falar em The Strokes… até agora.
Na virada da nova década, eles abriram as portas de 2020 em grande estilo com um show marcante em New York, de forma um tanto quanto energética e esperançosa para os fãs e o novo ano que se iniciava. Na ocasião, Casablancas anunciou que o novo álbum, intitulado The New Abnormal, estava – finalmente – a caminho após a longa pausa na carreira, e a chama do indie clássico pôde brilhar mais uma vez. Casablancas aproveitou a oportunidade para brincar com o público, dizendo que tiraram longas férias na última década e agora estavam finalmente descongelados para voltar a estrada: “Shit’s gonna change”.
No último mês, a banda finalmente deu os primeiros sinais de seu retorno triunfal com o melancólico single “At The Door”, que naturalmente traz um som impregnado de sintetizadores e timbres retrofuturistas, que curiosamente é bastante agradável, por sinal. Entretanto, a esperança de que o futuro guarda otimistas novidades para o Strokes e seus fãs veio com o segundo single do ábum, “Bad Decisions”, cuja sonoridade limpa, quase tradicional, se assemelha muito com os primórdios da banda com claras influências do rock de Billy Idol, além da colaboração do próprio na composição.
A banda é um dos headliners do Lollapalooza Brasil 2020, escalada para encerrar o festival na noite de domingo, 5 de abril. Sexto álbum de estúdio e primeiro desde 2013, The New Abnormal, será lançado no dia 10 do mesmo mês.
LOLLAPALOOZA BRASIL – DIAS 03, 04 E 05 DE ABRIL – @ AUTÓDROMO DE INTERLAGOS, SÃO PAULO
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