O fenômeno Beatles e a solidificação da cultura Rock and Roll no mundo

Gênero iniciou os anos 60 como caso perdido: na década anterior, era considerado um grito liberdade para jovens que dançavam ao som de clássicos de Elvis, Chuck Berry e Buddy Holly; contudo, o final daqueles dez últimos anos significou a mudança na percepção de como os fãs viam seus ídolos e a consolidação do gênero como perspectiva social

Por Bruna Antenore, Júlia Baruki e Matheus Izzo

Gênero iniciou os anos 60 como caso perdido: na década anterior, era considerado um grito liberdade para jovens que dançavam ao som de clássicos de Elvis, Chuck Berry e Buddy Holly; contudo, o final daqueles dez últimos anos significou a mudança na percepção de como os fãs viam seus ídolos e a consolidação do gênero como perspectiva social

Elvis serviu o exército americano entre 1958 e 1960 e depois seguiu para o cinema, Chuck Berry foi preso e passou dois anos na prisão e, por último, Buddy Holly faleceu em um acidente de avião em 1959. Mesmo assim, o rock já havia mostrado sua capacidade de inspirar uma geração e isso não tinha como mudar.

Além das evoluções tecnológicas nas formas de gravação e a edição dos produtores sobre efeitos da época, a prioridade dada à guitarra elétrica trouxe ao gênero a criação de um leque de oportunidades e diversas vertentes. Após a explosão do Rockabilly, surgiu o Surf Rock, que mesclava influências da cultura surf que era próxima a música popular da indústria naquele período. Um dos maiores nomes desse subgênero foram os americanos do The Beach Boys, um dos percussores do “California Sound”. Enquanto os anos 50 eram deixados pra trás, a sonoridade dançante do rythm & blues voltava a crescer devido a criação da gravadora Motown, responsável por alavancar a carreira de nomes como Marvin Gaye, Stevie Wonder e a até então novidade Jackson Five, grupo do maior artista pop de todos os tempos, Michael Jackson.

O Rock and Roll, em contrapartida, deixava de ser apenas algo novo para se dançar de forma mais rápida e enérgica e começava a se moldar também através de sua influência social. O estilo se tornou referência no visual, nos diversos tipos de linguagens e abordagens artísticas e nas lutas sociais da época, ecoando a voz de brancos e negros americanos que, em uma sociedade racista, se uniam com o único propósito de consumir de forma árdua a arte que o movimento proporcionava, além de buscarem nas canções discursos que iam contra o autoritarismo e violência que ainda assombrava o mundo no início daquela segunda metade do século.

Muitos acreditam que o que tornou o rock um dos maiores marcos culturais e sociais da história do planeta foi a propagação da nova perspectiva de vida do povo americano e europeu em relação a guerras passadas, principalmente a do Vietnã. E foi aí que tudo começou a acontecer, de fato.

Anos 60 e a diversidade da cultura Rock And Roll

No início da década de 60, diversos artistas de blues, R&B e country fizeram pequenas turnês no Reino Unido, levando a sonoridade norte-americana ao continente europeu, o que fez com que o público majoritariamente inglês começasse a explorar novos sons. Um dos maiores exemplos dessa descoberta dos britânicos no rock foi, por exemplo, o fato de Paul McCartney e Mick Jagger terem assistido ao vivo uma apresentação de Buddy Holly em Londres antes de seu trágico acidente; segundo os mesmos, Buddy se tornou uma instantânea referência a partir daquela performance.

O primeiro registro de uma faixa bem sucedida de rock britânica foi “Move It“, de Cliff Richards. Enquanto o rock americano explorava sonoridades e vertentes mais suaves, músicos ingleses apostavam nas fortes influências do blues rock na cena underground do país e começavam a criar novas sonoridades ao misturarem a diversidade da música negra americana com o surf music. E assim cada grupo começou a trilhar o próprio caminho e padronizar suas próprias características, cada vez mais complexas.

Bob Dylan se torna o primeiro artista a ter um álbum nos "40 ...

O rock se tornou transgressor de posicionamentos políticos através da arte, tornando a década de 60 nos famosos “Anos Rebeldes”. O caráter político do folk de Bob Dylan já falava por algumas multidões na tentativa de dar voz ao direito de partes da sociedade menos favorecidas com suas composições ácidas e irônicas. Criado nos Estados Unidos em constante contato com familiares judeus e russos, Dylan parecia ter, já bem novo, o discernimento necessário para se compreender como o mundo realmente funcionava. Detentor de grandes hinos da história do gênero, Bob é até hoje um dos maiores nomes do rock, tendo influenciado diretamente as maiores bandas e artistas da cultura. Sua sonoridade se tornou mais rock and roll nos anos seguintes, é verdade, mas ele já havia conquistado multidões com os lançamentos de seu primeiro álbum homônimo e The Freewheelin’ Bob Dylan.

A “Beatlemania” e o maior fenômeno musical do planeta
London 1963 LONDON 1963 NORMAN PARKINSON The Beatles BEATLES ...
(Foto de Norman Parkinson)

A cinzenta Liverpool virou um centro efervescente da música através dos BeatlesJohn Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr formaram a banda mais influente da história. Com mais de seiscentos milhões de discos vendidos, os 10 anos de atividade da banda revolucionaram a música.

O primeiro disco do grupo – lançado em 1963 – serviu para consolidá-los na Inglaterra. Please Please Me foi gravado em apenas uma sessão para tentar retratar a energia do que seria a banda ao vivo. A mistura de músicas originais com covers fez o disco ser um sucesso, fazendo com que “Love Me Do” se tornasse a primeira música do grupo a alcançar o topo das paradas.

Nessa primeira fase da carreira, eles mudaram a forma de como os fãs interagiam com os seus ídolos. Disco após disco, a Beatlemania só aumentava e se tornava cada vez mais incontrolável. A imagem de bons moços e músicas delicadas como “I Want Hold Your Hand”, “All My Loving” e “And I Love Her” fizeram com que as meninas britânicas ficassem enlouquecidas pelos quatro garotos de Liverpool.

Em 1964 a banda desembarcou nos Estados Unidos com o objetivo de virarem lendas: em 9 de fevereiro eles se apresentaram no The Ed Sullivan Show com 73 milhões de telespectadores conectados no programa. A invasão britânica fez com que outros grupos alçassem grandes voos para alcançar o sucesso e nos anos seguintes eles dominaram as paradas norte-americanas.

O cover de “House of the Rising Sun” do The Animals imortalizou a canção através da performance dramática do grupo. The Kinks chegou ao topo com “You Really Got Me” e até hoje possuem discos em listas de melhores álbuns de todos os tempos. The Zombies emplacou hits como “She’s Not There” e “Time of The Season”. The Yarbirds foi o ponto de partida de grandes guitarristas como Eric Clapton, que fundou o Cream (naquele período, também já havia lançado um excelente disco com covers escritos por grandes ídolos do blues como Muddy Waters e Willie Dixon) e posteriormente tornou os singles “Spoonful“, “I’m So Glad” e “Sunshine Of Your Love” em grandes hinos do gênero; Jeff Beck e Jimmy Page, que depois fundaria o Led Zeppelin. The Hollies eram colegas de selo dos Beatles, surfando na onda de sucesso. Por último, os Rolling Stones começaram a serem guiados pela presença marcante de Mick Jagger e o lançamento do hino “(I Can’t Get No) Satisfaction“.

Todo este sucesso assustou os grupos americanos, que tiveram que se reinventar para continuarem sendo relevantes. O maior exemplo disso foi o caso do The Beach Boys, a principal banda do surf rock viu o gênero cair no esquecimento e até ser considerado bobo perto do que os britânicos apresentavam. Além disso, novos grupos começaram a aparecer no cenário totalmente influenciadas por Bob Dylan e os Beatles, como The Monkees e The Byrds.

No Brasil, os britânicos conquistaram fãs em nosso território a partir da transmissão de “A Hard Day’s Night” nos cinemas. A partir daí o fascínio pela Beatlemania inspirou a criação do programa Jovem Guarda, que lançou moda, popularizou a guitarra no país e fez surgir ídolos: Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa. A tentativa de se equiparar aos Beatles fez com que Roberto lançasse três dos melhores discos da sua enorme discografia: “Roberto Carlos” de 1966 –que ainda possui uma capa inspirada no “With The Beatles”, “Em Ritmo de Aventura” (1967) e “O Inimitável” (1968).  

Nos anos seguintes, o grupo formado por Lennon percorreu o mundo se apresentando; eles até conheceram a maconha através de Dylan e depois se aventuraram com LSD. Todos esses fatores fizeram abrir os olhos dos quatro integrantes, os fazendo repensar a forma como a música deles deveria ser produzida. O disco Help! foi um dos últimos respiros da fase inicial do grupo, sendo o primeiro disco de rock a concorrer ao Grammy de álbum do ano.

HELP!” – “Era o que eu queria dizer, é real”. | BEATLES AND PAUL ...

No entanto, a partir do lançamento do Rubber Soul o amadurecimento musical veio. As temáticas das músicas ficaram mais sofisticadas, uma novidade também foi a cítara de George Harrison que entrou nesse disco. No álbum seguinte, “Revolver”, eles experimentaram mais o lado psicodélico, como na faixa “Tomorrow Never Knows”.

Depois veio, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, considerado por muitos o disco mais revolucionário de todos os tempos. Para um grupo que começou a década em tempos que o rock era considerado moda passageira, Sgt Pepper’s o firmou como um gênero que não iria cair em esquecimento. Um álbum que mescla os elementos básicos do rock com peças orquestradas mostrou que o ritmo dos jovens rebeldes consegue se misturar, e muito bem, com o que é clássico e erudito na música. A genialidade do disco não está somente no conteúdo de suas faixas, mas no fato de que conseguiu transformar o rock em arte, um evento cultural que não poderia ser mais apagado.

O impacto musical do disco surpreendeu diversas bandas que usaram o disco como inspiração. Por exemplo, no mesmo ano o The Moody Blues utilizou uma orquestra completa em seu disco Days Of Future Passed para poder estabelecer seu rock psicodélico. Também em 1967 os Stones lançaram Their Satanic Majesties Request, uma tentativa de resposta aos Beatles. No ano seguinte, In The Court Of The Crimson King foi lançado com direito a Robert Fripp relatando que o rock progressivo do King Crimson não teria sido possível sem o Sgt. Pepper’s.

O amadurecimento do grupo também trouxe seus desentendimentos. Mesmo após obras extremamente aclamadas como o Álbum Branco (White Album) e Abbey Road surgirem, a banda encerrou suas atividades na transição de 69 para 70. Eles fizeram um show especial no terraço do edifício de uma empresa fundada pela própria banda.

No entanto, o legado do quarteto permanece e é repassado de geração a geração. Um grupo que encerrou suas atividades cinquenta anos atrás seguir sendo relevante e importante mostra que ao firmarem o rock como um gênero que não morre, eles também se imortalizaram.

Cultura Hippie e o marco psicodélico
A importância dos movimentos de esquerda para o surgimento do Psy ...

A partir do começo desta mesma década, principalmente por conta da volta do movimento intelectual “Beatnik”, escritores e pensadores ganharam um número significativo de fãs jovens naquele período, se transformando numa vertente da cultura hippie, que propunha um movimento de inovação na produção cultural artística através da imersão pessoal como uma forma de se expressar o descontentamento com a sociedade pós Segunda Guerra Mundial e os recentes acontecimentos da Guerra do Vietnã. O movimento de contracultura começou a convergir em São Francisco, na Califórnia. Em meados de 66 o movimento hippie floresceu em seu ápice.

O termo possui diversas etimologias, mas a mais comum é dada através da origem da palavra hipster (calma, indie!), que era como chamavam no país norte-americano aqueles que se envolviam com a cultura negra (no início, na subcultura dos anos 40, a maioria eram jovens brancos de classe média que tentavam imitar os músicos negros de jazz; os jovens brancos começaram a frequentar comunidades afro-americanas, levados pelo interesse a música e a dança, divergindo do mainstream por conta da diversidade racial, explorando sua sexualidade e aumentando o consumo de drogas como plantas, cogumelos e ácido).  A palavra ganhou reconhecimento mundial em 1967 em tom depreciativo/descritivo por conta de alguns jornalistas e inicialmente não foi utilizada pelos jovens para se descreverem e se identificarem.

O movimento de contracultura dos anos 60 tinha pautas políticas e sociais. Atraia principalmente os jovens que não concordavam com os valores estadunidenses, defendiam o amor livre, liberdade sexual, prática de nudismo, uso de incensos e meditação, uso de drogas (maconha, LSD, haxixe, entre outras), ambientalismo, negavam o nacionalismo, modo de vida comunitário, respeito às diferenças, preocupavam-se com discriminação racial, das minorias e sexual, além de outras questões. Ademais, eram voz ativa contra ações dos poderosos da época.

A principal pauta, devido também ao contexto histórico, torna-se o pacifismo e antimilitarismo. Lutavam pelo fim da violência e eram contra as guerra, já que muitos adeptos eram soldados que voltaram da Guerra do Vietnã.

Slogans que também resumiam e norteavam a contracultura hippie defendiam o “Poder Ao Povo” (“Power to the People”), além das clássicas “Paz e Amor” (“Peace & Love”) e “Faça Amor, Não Faça Guerra” (“Make Love, Not War”), dentre outras.

Além das influências citadas acima, os hippies tiveram voz ativa na música.

O rock e o rock psicodélico eram as principais escolhas de estilo dos adeptos. Alguns nomes como Jefferson Airplane, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, The Kinks, The Doors, Neil Young e Pink Floyd foram os principais responsáveis por terem tornado o movimento mundialmente conhecido. Além deles, estrangeiros como o inesquecível guitarrista mexicano Carlos Santana ajudaram a abrir portas para bandas e artistas de rock de outros países.

Já no Brasil, tínhamos Os Mutantes, Novos Baianos e os artistas do movimento Tropicália. Voltando aos Estados Unidos e Europa, também tivemos o soft rock com Fleetwood Mac e Sonny e Chair e hard rock com The Who

Janis Joplin foi a maior cantora da década e obteve destaque como vocalista na banda Big Brother and The Holding Company. O prestígio veio principalmente após o Festival Pop de Monterey, onde sua voz impressionou o público. O álbum Cheap Thrills chegou em 1968, mas a cantora saiu do grupo no final do mesmo ano para liderar outra, a Kosmic Blues Band. Logo também mudou-se para a Full Tilt Boogie Band, onde eles iniciaram uma turnê em 1970 e estavam gravando seu primeiro álbum de estúdio com a artista. Infelizmente Janis faleceu antes que estivesse finalizado, mesmo assim, foi lançado três meses após sua morte.

Janis Joplin, a rouquidão da paixão efervescente | Notibras
(Janis Joplin)

Jefferson Airplane foi um dos pioneiros no rock psicodélico, formado em 1965 em São Francisco. Estiveram no Festival Pop de Monterey em 1967, mesmo ano em que o primeiro álbum de estúdio Surrealistic Pillow foi lançado. Apresentaram-se no Woodstock em 1969, em dezembro do mesmo ano em Altamont, festival que ficou famoso pela grande confusão em que se tornou. Após o compacto Mexico em 1970, muitos membros saíram, iniciando outra fase/era da banda, que ganhou outro nome também, Jefferson Starship.

Jimi Hendrix é um dos músicos e guitarristas mais influentes no universo do rock e segue relevante até hoje. Ficou conhecido como um dos inovadores no gênero, com as já mencionadas referências de blues e do jazz, mas trazendo diversos elementos como o feedback, estereofonia, phasing e o pedal de wah-wah, que se tornou característica de sua sonoridade. Em Londres, 1966, tocando com o Jimmy James And The Blue Flames, foi encaminhado para a Track Records. Em 1967 lançaram o primeiro álbum de estúdio, Are You Experienced?, conquistando o sucesso rapidamente. Apresentaram-se como Jimi Hendrix Experience no Festival Pop de Monterey e meses depois lançaram o segundo trabalho de estúdio. Em 1968 veio o Electric Ladyland, um álbum mais experimental. Em 1969 foi um dos maiores nomes do Woodstock com a banda Gypsy Sun And Rainbows. Já em 1970, formou o Band Of Gypsys, tocou no Festival de Inverno Para a Paz, pela paz no território vietnamita. Antes de sua morte, iria formar outra banda para acompanhá-lo, HELP, mas morreu em setembro do mesmo ano.

The Doors foi uma das bandas que emergiram na mesma época. As músicas representam o outro lado do movimento, tratando sobre libertação, sexo, ser mais que apenas um número. Ajudou a trazer uma nova percepção de som para o movimento pelo uso do acid rock, mas a essência era a ambição de experienciar o gênero como arte. Sobre a Guerra do Vietnã, “The Unknown Soldier” foi uma das músicas que mostraram a visão do lendário Jim Morrison, vocalista do grupo acerca do assunto. No início dos anos 70, o blues acompanhou-os, assim como Led Zeppelin, por exemplo. Em 1971, o álbum intimista L.A. Woman marcou a despedida de Morrison, já que o cantor faleceu no mesmo ano. A banda seguiu, mas adquiriu sonoridade diferente ao longo dos anos. 

The Doors - LETRAS.MUS.BR
(The Doors)

Também em 1969, surge no mainstream do rock and roll uma banda inglesa muito influenciada pelo movimento hippie e por viés psicodélicos: o Led Zeppelin. Formado pelos extraordinários Robert Plant (vocais), Jimmy Page (guitarra elétrica), John Paul Jones (baixo e teclado) e John Bonham (bateria e percussão), eles lançaram seu disco de estreia autointitulado com parte dos maiores hinos da história do rock: “Good Times Bad Times“, “Babe I’m Gonna Leave You” e “Dazed and Confused“. Naquele mesmo ano, lançaram o sucessor, Led Zeppelin II, aumentando mais ainda seu sucesso meteórico com “Whole Lotta Love“, que possui um dos maiores riffs da história, e a extraordinária “Moby Dick“, que colocou Bonham como um dos melhores bateristas da época. Eles foram uma das primeiras bandas britânicas a se assumirem favoráveis aos hippies. A mistura de rock com blues e jazz, formando uma espécie de hippie blues com instrumental sofisticado e complexo acompanhado pela estrondosa voz de Plant garantiram destaque no cenário musical mundial para a banda. Para completar a jornada do grupo no movimento, o álbum Led Zeppelin III foi lançado no início da década de 70 e Led Zeppelin IV em 1971. A banda seguiu bem-sucedida nos anos sucessores e seu legado permanece até os dias atuais como um dos maiores grupos da história.

Quem também obteve notoriedade no fim dos anos 60 foi o Creedence Clearwater Revival, que teve uma carreira curta, mas deixou grandes marcas no universo. Seu primeiro álbum de estúdio homônimo foi um sucesso. Com o rock psicodélico, John Fogerty deu voz ao sonho hippie: sonoramente não possuíam tantas semelhanças com as bandas de São Francisco, mas eles trouxeram de volta as origens folk, blues e country do rock enquanto protestavam sobre injustiças políticas e narrando histórias. Eles também participaram do Woodstock. Todos os seus álbuns são disco de ouro ou platina.

Relembre as 10 melhores músicas do Creedence Clearwater Revival

Nos anos 70, o estilo e a cultura hippie estavam sendo disseminados por todo o mundo e em diversas camadas da sociedade. Muitos debates naquela época atuais foram postos à tona pelo movimento. Se hoje vivemos em um mundo mais liberal do que nos anos 60, muito é dado ao debate que os hippies promoveram, levando ao público opiniões sobre diversos assuntos contemporâneos, tentando quebrar paradigmas. 

Hippie como especificamente tribo urbana ainda existe. Além do mais, vemos ecos e resquícios da cultura na sociedade e música atual. Novos nomes como Greta Van Fleet e The Struts trazem a sonoridade e as referências daquele curto período efervescente com misturas inusitadas e pregam os ideais do movimento nos dias de hoje. A partir do festival Woodstock, tudo mudou, e o ROCKNBOLD preparou um post especial sobre os maiores festivais da história do rock para a próxima semana. Fiquem ligados!

Leia a primeira parte do nosso Especial da Semana do Rock e ouça nossa playlist especial dos anos 60!

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