O ROCKNBOLD quer saber: qual é o seu tipo de rock? Ao longo dos anos, este gênero tão polêmico, transgressor e contagiante ditou os rumos da música e, ao contrário do que muitos pensam, se manteve indiscutivelmente vivo e relevante até os dias de hoje. Se o grandíssimo mestre Supla está certo, o rock é uma atitude que caminha, e mais do que nunca, estamos em um momento fértil onde inspirações do passo, presente e futuro se unem para criar algo novo e autêntico dentro do gênero.
Pensando nisso, o ROCKNBOLD selecionou sete exemplos, entre cantores e bandas das mais diversas vertentes do rock, que estão dispostos a manter a chama do gênero viva e, independente do seu tipo de rock favorito, merecem sua atenção. Confira nosso sexto Must Listen! PS: Esta é uma lista para se ouvir no volume máximo.
“She Gives You That Look” de Blake Collins
Se seu gosto refinado para rock pede uma boa dose de saudosismo e tradição, vai adorar conhecer “She Gives You That Look“, do cantor britânico-americano Blake Collins, que explora a sonoridade de um rock quase clássico, romântico e sessentista com alguns toques modernos do indie. A canção é um dos quatro singles mais recentes de Collins, que no último ano, também lançou as ótimas “Your Love is Good” e “I’m Not Gonna Take It Anymore“, além do especial de Natal “It’s Christmas Time“. Embalada por riffs de guitarra, violão com uma boa dose de influência quase gritante de Beatles, ouvir as músicas de Blake Collins é uma experiência mágica, semelhante a viajar no tempo através do rock and roll e se apaixonar durante os anos sessenta. Toda essa persona nostálgica é muito bem construída em seu seu visual artístico e ao longo de suas músicas, de forma com que todas as suas canções sejam bastante intensas, autênticas e fieis à proposta de explorar uma sonoridade clássica. Para aqueles que possuem um maior repertório clássico, as influências de Harry Nilsson, Emitt Rhodes e talvez, até mesmo dos brasileiros Roberto Carlos e Reginaldo Rossi, são bastante perceptíveis nas letras apaixonadas de Blake Collins.
She Gives You That Look está disponível no Spotify e em nossa playlist de descobertas da plataforma Musosoup! Em 2020, Blake Collins lançou também as ótimas faixas “ Your Love is Good” e “I’m Not Gonna Take It Anymore“. Não deixe de ouvir!
“NEVERMIND” de SAMSARA.
“NEVERMIND” é o ótimo single da banda americana SAMSARA., e modéstia a parte, uma das melhores coisas que ouvi nos últimos meses. A banda de teen/garage rock explora elementos pesados do rock, grunge e até mesmo do punk, ao criar uma sonoridade forte, intensa e “pura”, sem o uso de elementos eletrônicos. Não é a toa que o quinteto tem grandes bandas do velho e novo rock como inspiração, como Led Zeppelin, Nirvana e Highly Suspect. Poderosa e energética, NEVERMIND é a canção que abre o primeiro single da banda, “PARALYZED IN PARADISE“, que conta com seis músicas que acompanham a mesma sonoridade pesada, envolvente, como riffs poderosos e solos de guitarra de tirar o fôlego. Talvez a característica mais cativante seja essencialmente a sensação agridoce de estar ouvindo uma sonoridade moderna e, ao mesmo tempo, tão conectada com influências tradicionais. Apesar da jovialidade, a banda mostra sua experiência e repertório ao explorar também características do funk e groove naturalmente, como na faixa “BY YOUR SIDE“, onde o ouvinte é conduzido pelo instrumental mais dançante. O EP é encerrado pela também extremamente envolvente “FILTHY HABIT” que retoma os riffs e solos fortes e encerra a produção com a sensação reconfortante de que o rock ainda respira.
“Nós somos uma banda jovem e não somos levados a sério até subirmos ao palco, quando todos se calam“. Charlie LoMonaco, guitarrista.
NEVERMIND está disponível no Spotify e em nossa playlist de descobertas da plataforma Musosoup! Não deixe de ouvir também as faixas ADDICT e FILTHY HABIT do EP “PARALYZED IN PARADISE“.
“Shame” de Under Delusion
Para aqueles que apreciam vocais femininos fortes em meio a riffs potentes de guitarra, “Shame“, da banda russa Under Delusion é uma canção que enche os ouvidos e a alma. A música une elegância, provocação e poder ao unir elementos do hard e alt rock, fazendo uso de alguns sintetizadores bastante sutis e bem colocados na composição. O protagonismo fica por conta dos ótimos vocais da vocalista Tatyana Kuznetsova. A música ainda conta com ótimos instrumentais, muito bem arquitetados e executados para empregar intensidade e velocidade à canção, principalmente para aqueles ouvintes que apreciam riffs e solos intensos de guitarra. Embora a canção seja apenas o primeiro single divulgado da banda, o trio russo se mostra cativante e promissor ao apresentar logo em seu debut uma sonoridade madura, profissional e intensa de artistas que sabem o que estão fazendo e onde querem chegar com seu trabalho. Under Delusion promete ser um novo e muito bem vindo frescor ao rock liderado por vozes femininas. Fique de olho nesta banda.
“Composto por membros da banda com bem na casa dos trinta anos, Under Delusion fala muito em nome da paixão e experiência ao longo da vida unidos. Apresentando temas de amor, raiva, perda e todos os tipos de reflexões honestas sobre a humanidade e a própria vida, suas canções apelam tanto para pensadores profundos quanto emocionalmente incertos. Em tempos de grande divisão e dificuldade, eles oferecem compreensão, escapismo e consolo“.
Shame está disponível no Spotify e em nossa playlist de descobertas da plataforma Musosoup! Não deixe de ouvir.
“Ballad of a Daydreamer” de BVRDEN
Para aqueles que preferem uma composição um pouco mais desacelerada e bem composta por diversos vocais que se completam, “Ballad Of A Daydreamer“, do duo britânico BVRDEN é um prato cheio, intenso, melancólico e extremamente carismático. A canção traz um ótimo instrumental munido de elementos que passeiam pelo folk e evoluem para um rock indie/alternativo. Aliás, que agradável surpresa encontrar um duo onde ambos os membros cantam! Talvez seja esse o grande diferencial da banda que se mostra tão autêntica e carismática em suas composições e união de vozes. Além de Ballad Of A Daydreamer”, a banda lançou recentemente, também, os ótimos singles “Lies” e “Dangerous“, que passeiam pela mesma sonoridade dramática e intensa, porém tão mais acompanhadas por instrumentais fortes e riffs de guitarra. Inspirada em grandes bandas “teatrais” como Panic! At The Disco, Thrice e The Fratellis, o duo BVRDEN tem uma atenção bastante especial em suas letras e seu storytelling, fazendo com que suas palavras traduzam sentimentos profundos. Eu recomendaria que fique de olho no que o promissor duo pretende fazer a seguir, uma vez que seu som é, no mínimo, poderoso.
“‘Ballad Of A Daydreamer’ é uma música pop-rock que se assemelha a uma balada clássica. A música fala sobre uma pessoa que sempre sonhou acordada ao longo de sua vida, mas finalmente se encontra questionando sua situação real e escolhas passadas. Embora perplexo e perturbado, ele agora está motivado para encontrar um equilíbrio e usar suas forças para superar seus medos de longa data.“
Ballad Of A Daydreamer está disponível no Spotify e em nossa playlist de descobertas da plataforma Musosoup! Não deixe de ouvir também as faixas Lies e Dangerous.
“I Can’t Breathe” de HAIL
Se você prefere composições melancólicas, vocais poderosos em meio a um instrumental que mescla pianos e riffs poderosos de guitarra, “I Can’t Breathe“, da cantora britânica HAIL, foi feita para você. A canção embalada em metal sinfônico explora elementos góticos baseados principalmente no rock alternativo, sem deixar de lado suas características sombrias. O resultado é uma canção intensa, sentimental e obscura onde os vocais de Hail tomam conta, esbanjam paixão e protagonismo em meio ao instrumental poderoso. A melancolia da canção inevitavelmente nos remete às características do emocore e promete agradar principalmente fãs de Evanescence, Nightwish e Paramore. Dona de vocais indiscutivelmente talentosos e melódicos, HAIL lançou em 2020 o outro ótimo single “A Stain in Time“, que explora os mesmos elementos do metalcore embalado pelo ótimo vocal feminino e ganhando excelente repercussão nacional e internacionalmente. Munida de talento e ótimo repertório de diversos gêneros, a cantora se mostra outra agradável e grande voz no rock feminino que surge no cenário underground, encantando a todos aqueles que ouvem seus sentimentos traduzidos sem canções.
“A música é inspirada por pensamentos sombrios que tenho. Eu lentamente transformei esses pensamentos em letras que se encaixam com o piano assustador e então costurou uma história neles para dar um rosto à dor. A história pode não ser real, mas a dor e o desespero nas letras é. A música segue a história de uma perda trágica devido a um acidente, cantada da perspectiva de um único sobrevivente que retrata a culpa e a dor disso.“
I Can’t Breathe está disponível no Spotify e em nossa playlist de descobertas da plataforma Musosoup! Não deixe de ouvir também a faixa A Stain in Time. Não deixe de checar também o canal de HAIL no Youtube, onde a cantora compartilha diversos covers!
“Happiness is a Hangover” de Sunset Collective
“Happiness is a Hangover” é o cativante e carismático último single da banda inglesa Sunset Collective, que explora elementos do alt-indie e pop rock. A canção traz instrumentais leves que evoluem para um refrão intenso, amigável e bem estruturado a partir dos elementos que misturam rock e pop, como o ótimo solo de guitarra que faz a ponte para o refrão. Com letras amigáveis e cativantes, a canção busca ser um clássicos, daqueles que você canta com os amigos em um karaokê, e acorda na manhã seguinte com a sensação de que se divertiu e a ressaca valeu a pena. Sem a sombra de dúvidas, potencial de hit não falta para a banda. No último ano, o quinteto lançou também a ótima “Take Me Home“, que apesar de um pouco mais agitada, explora os mesmos ótimos elementos que tornam uma música energética em meio ao rock alternativo. A menção honrosa fica por conta do groove da guitarra que conduz a canção de forma descontraída, com outro excelente solo de guitarra. Com bastante fidelidade às suas canções, o Sunset Collective busca e promete fazer barulho tanto na cena indie local como internacional sem se apegar a muitas influências de bandas já consagradas no gênero, construindo seus próprios hinos e uma sonoridade característica indie, porém bastante autêntica e sem fórmulas prontas.
“A faixa é sobre estar contente de ter uma ressaca porque você teve uma noite tão boa … todos nós já passamos por isso! Embora tenha havido muito menos noites em 2020 e, até agora, não pareça promissor para 2021, esta faixa serve como um lembrete dos bons tempos que virão “
Happiness is a Hangover está disponível no Spotify e em nossa playlist de descobertas da plataforma Musosoup! Não deixe de ouvir também as faixas Take Me Home e Humble.
“Counting the Killers” de COUTING THE KILLERS
“Counting the Killers” é o ótimo single baseado em hardcore e grunge, que também dá nome também à banda inglesa de Southend-on-Sea, COUNTING THE KILLERS. A canção viaja de um instrumental melódico e suave para uma sonoridade densa e agressiva através de riffs de guitarra muito bem articulados e executados, explorando elementos do metal, hard rock e grunge de forma muito original e autêntica. O resultado é um instrumental energético e intenso que dialoga muito bem com as letras do vocalista Ben Robbins e seu vocal potente que transforma toda a força e o poder das palavras em melodias. A menção da canção fica por conta do ótimo solo de guitarra de tirar o fôlego. Recentemente, a banda lançou também seu mais recente single, “Another Shore“, que explora os elementos intensos, energéticos e melódios na construção de uma sonoridade poderosa e demonstra uma grande fidelidade da banda aos elementos que agregam em suas composições. Entre as influências da banda estão gigantes como Slipknot, Stonersour e Metallica, no entanto, é muito bom observar como o quinteto de Southend-on-Sea se esforça para criar uma sonoridade muito autêntica em um gênero clássico que muitos julgam como saturado. Com muito empenho e paixão pela música, o Counting the Killers se mostra a prova de que o hardcore respira e está muito bem representado na cena local do Reino Unido.
“Nosso objetivo é escrever um estilo de música que pensamos que agradará a um amplo espectro de música. Embora tenhamos um fundo de rock pesado, nossas músicas eliminam as barreiras para o que as pessoas pensam música pesada. As músicas vêm de muitos lugares e muitas coisas podem inspirá-lo a escrever um conjunto de letras ou uma parte de guitarra pode despertar algo mais. A faixa COUNTING THE KILLERS é o segundo single e basicamente pergunta por que alguns as pessoas fazem o que fazem para ganhar atenção e, no final do dia, sempre há algo acontecendo nos bastidores que elas tente ficar quieto“
Counting the Killers está disponível no Spotify e em nossa playlist de descobertas da plataforma Musosoup! Não deixe de ouvir também as faixas Another Shore e Head Above Water.
