O retorno morno e sem grandes surpresas do Red Velvet em “Queendom”

Red Velvet realiza seu comeback com “Queendom”, EP que encanta, mas não mostra o grupo em seu potencial completo
red velvet queendom concept photo

Quase dois anos após tirar o fôlego dos seus fãs com visuais e vocais incríveis em “Psycho”, o Red Velvet finalmente está de volta com um novo mini-álbum: Queendom. Durante os 20 meses sem comeback, não podemos dizer que os ReVeluvs ficaram sem conteúdos novos. Seulgi e Irene se mostraram uma dupla poderosa em Monster, Wendy realizou seu debut solo com Like Water, Joy alegrou a música pop com Hello e Yeri está chamando a atenção do público com seu papel no k-drama Blue Birthday. Mesmo com todos esses trabalhos, é inevitável sentir falta da dinâmica do grupo unido. 

Com tanto tempo de espera, as expectativas ficaram altas. Red Velvet é um dos principais grupos femininos da terceira geração, conseguindo estabelecer uma série de title tracks diversificadas e b-sides memoráveis, conquistando o público não somente pelos seus singles, mas também por suas obras completas. Chegando na marca de sete anos de debut, Queendom é o primeiro capítulo de uma nova fase do grupo. Porém, quem ouvir o trabalho comparando com lançamentos anteriores, vai terminar se decepcionando e não aproveitando um EP que, mesmo sem grandes surpresas, mostra o Red Velvet em boa forma.   

“Não precisamos de coroa, nós nascemos para fascinar”

O novo trabalho do quinteto mostra um lado mais sossegado do grupo. Ao contrário de escolhas ousadas e exageradas para single, como fizeram com “Zimzalabim” e “Umpah Umpah”, a aposta do Red Velvet nesse comeback é segura. Influenciada pelo house music, a title track “Queendom” é alegre e chega até a ser empolgante no refrão. Marcas presentes na discografia do grupo continuam – o rap charmoso de Irene e alguma frase repetitiva como “Ladida-do ba-badida”, por exemplo. O single se destaca por apresentar o que o Red Velvet sabe fazer de melhor: conseguir transitar entre vocais harmoniosos e linhas de rap descomplicadas, levando o ouvinte para o mundo mágico de suas canções. 

Apesar disso, “Queendom” está longe de ser a faixa ideal para reintroduzir o reinado do Red Velvet. Desde o lançamento de “Psycho”, em dezembro de 2019, até agosto deste ano, o k-pop encontrou novas formas de surpreender o público. Ao levarmos em consideração que, apenas em 2021, tivemos singles impactantes como “After School” do Weeekly, “ASAP” do STAYC, “Next Level” do aespa e “Alcohol-Free” do TWICE, a mensagem de união e empoderamento presente na title track do mini-álbum passa despercebida.


Na sequência da tracklist, “Pose” consegue perfeitamente apresentar o lado Red do grupo, mas com um toque de sensualidade Velvet. Com uma energia peculiar, a música é a que mais chega perto de atingir as expectativas que a maioria dos fãs tinha para esse comeback do Red Velvet. É a faixa que as coloca no centro das atenções, como possíveis donas das melhores b-sides do k-pop. Intrigante, as palavras de amor próprio e confiança da canção a colocam entre uma das b-sides mais poderosas do grupo. A música ainda faz uma referência direta à “Vogue” da Madonna e conta com uma interessante linha de rap de Yeri. Dessa forma,  surge o questionamento se “Queendom” foi a escolha ideal para comandar o retorno do grupo.

Em “Knock On Wood”, os sintetizadores criam um clima mágico e caloroso, misturando elementos do rhythm & blues e synth pop. O refrão suave e as linhas cativantes passam a sensação de ternura ao cantarem sobre o processo de se apaixonar. Na sequência, “Better Be” possui alguns dos elementos da faixa anterior: a influência do R&B, os belos falsetes e a harmonia vocal do Red Velvet. Mesmo não arriscando, as duas faixas conseguem mostrar o talento do grupo unido como uma força só.

“Pushin’ N Pullin'” abandona o conceito Red do comeback e mostra todo o lado aveludado do Red Velvet. Descrevendo o dilema entre dois amantes e os altos e baixos de um casal, a faixa aposta no poder dos vocais das integrantes com foco na dinâmica entre elas. Na música, o destaque vai para Seulgi e Joy. Finalizando a tracklist, “Hello, Sunset” é uma balada de despedida ao verão e aos romances que aconteceram na estação. É um caloroso adeus, terminando as seis canções do mini-álbum de maneira tranquila.

Ao todo, Queendom é um pacote completo dos talentos das cinco integrantes. É incontestável o poder coletivo delas, conseguindo criar facilmente texturas harmônicas e dinâmicas descontraídas mesmo durante as linhas de rap. No entanto, o sexto mini-álbum é somente equilibrado, apostando numa recepção amigável do público e não apresentando a força total do Red Velvet. Esperamos que nos próximos comebacks, o lado mais colorido e experimental do grupo da SM Entertainment possa prevalecer.

7/10

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