Stray Kids faz retorno estrondoso com “NOEASY”

O tão aguardado comeback do Stray Kids, “NOEASY”, comprova, mais uma vez, a perspectiva única e criativa que o grupo traz para o mercado musical.
STRAY KIDS

Por Ioná Corrêa

O Stray Kids passou os últimos 3 anos esculpindo o seu espaço próprio dentro da indústria do K-Pop. Com seu som ousado e extremamente característico, o grupo ficou conhecido por produzir suas próprias músicas, sem nunca ter medo de se aventurar e de publicar canções um tanto quanto experimentais. Esse é o caso de várias faixas presentes no NOEASY, incluindo a impactante abertura do álbum, “CHEESE”.

O nome do álbum, NOEASY, é um trocadilho com a palavra NOISY. Frequentemente criticados por seu som pesado, o grupo resolveu se apropriar do rótulo de “barulho” que lhe foi atribuído por alguns. Dessa forma, a canção “CHEESE” é uma peça marcante e repleta de ironia, na qual o grupo se dirige diretamente àqueles que os criticam, mas que ao mesmo tempo os presenteiam com a sua atenção.

O álbum segue em frente numa linha temática semelhante com as próximas duas músicas. “Thunderous”, que é também a title do álbum, é composta por uma série de alfinetadas em resposta aos comentários maldosos que o grupo recebe. O som extremamente pesado e repleto de instrumentos tradicionais coreanos é acompanhado por vocais que fazem jus ao título de estrondosos, recitando versos como “I’m not sorry, I’m dirty / Keep on talking, we don’t play by the rules”. É assim que o grupo reforça a confiança que possui no seu – agora autointitulado – barulho, mostrando que sentem um orgulho um tanto quanto merecido por seu trabalho.

A terceira faixa, “Domino”, tem um som tão pesado e impactante quanto as suas duas antecessoras. Os seus instrumentais refletem a letra, algo que também é característico em composições do Stray Kids. Enquanto o grupo repete a palavra domino diversas vezes, escutamos algo que lembra um xilofone tocar diversas notas que se seguem rapidamente numa escala descendente, simulando assim de forma um tanto quanto única um efeito dominó.

A partir de “SSICK”, o álbum começa a adotar um som menos intenso, apesar de ainda se manter no mesmo nível de animação das faixas anteriores. A batida já é mais dançante e mais simples de acompanhar, além de possuir mais harmonias e uma melodia que dá vontade de cantar junto. Ela marca a transição do álbum para um território que se torna gradualmente mais suave e emotivo – transição essa que é efetivada pela sua sucessora, “The View”.

“The View” é, provavelmente, a canção mais tradicionalmente Pop presente no NOEASY. Dentre as faixas do álbum, ela se destaca por explorar um som refrescante e comovente que se faz presente assim pela primeira vez na discografia do grupo. Logo em seguida, ouvimos a melancólica “Sorry, I Love You”, uma canção sobre um amor não correspondido com a qual é fácil se identificar.

A tempestade que estava presente no início do álbum e que começou a baixar com “The View” e “Sorry, I Love You”, ganha um pouco de sua intensidade de volta com “Silent Cry”. Apesar de sua letra triste, a faixa é dançante com um instrumental inspirado por estilos como EDM e R&B. A tracklist então segue para uma de suas componentes que mais se aproximam de uma balada – “Secret Secret”. Com uma letra extremamente comovente e brilhantemente escrita, a canção vem como uma manta quentinha para confortar pessoas que sabem que possuem segredos que jamais poderão compartilhar com mais ninguém.

“Star Lost” nos leva novamente para um espaço mais dançante, mas ainda traz essa sensação de conforto da sua antecessora consigo – dessa vez dedicada àqueles que se sentem como se estivessem sozinhos no mundo. A canção tem uma energia perfeita para compor o final de uma setlist em um show do grupo, servindo como uma fonte de esperança para os fãs que sonham em ver o grupo novamente quando as condições da pandemia assim permitirem.

As três canções que seguem são drasticamente diferentes entre si, tendo sido inteiramente compostas, produzidas e performadas por units do grupo. A primeira, “Red Lights”, é uma obra sensual e cativante criada pelos membros Bang Chan e Hyunjin, e que parece saída diretamente da trilha sonora de um filme como 50 Tons de Cinza. “Surfin’”, apresentada por Lee Know, Changbin e Felix nos leva numa direção que não poderia ser mais diferente da anterior, com um som tropical de verão, extremamente eufórica e divertida. A última, “Gone Away”, nos presenteia com os vocais graciosos e encantadores de Seungmin, Han e I.N. em uma canção repleta de sentimento sobre a sensação de ter seu coração partido por outra pessoa.

O álbum se encerra com duas canções que já haviam sido lançadas anteriormente. A primeira delas, “WOLFGANG”, foi o single notável e intenso com o qual o Stray Kids venceu o KINGDOM – programa no qual os membros competiram contra cinco outros grupos de K-Pop. Já a última do álbum, “Mixtape: OH”, foi um lançamento emocionante e especialmente marcante para os fãs do grupo, Stays, pois marcou o tão aguardado retorno do integrante Hyunjin, que estava afastado de todas as atividades do grupo já há 4 meses.

De forma geral, o NOEASY é um lançamento que demonstra claramente o porquê do Stray Kids já ser considerado por muitos o líder da 4ª geração do K-POP – e que os aproxima ainda mais desta coroa para aqueles que ainda tinham dúvidas. É um álbum repleto de diversidade, criatividade e de profundidade artística e, com ele, o grupo adiciona mais uma obra-prima ao seu já extenso – e impressionante – repertório.

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