O Trivium vem de uma sequência muito boa de lançamentos, com The Sin and the Sentence (2017) e What The Dead Men Say (2020), lapidando cada vez mais sua sonoridade. Em seu mais novo álbum, In The Court Of The Dragon, a banda mostra que não há limites para sua evolução e entrega um de seus melhores e mais épicos trabalhos em anos.
Em The Sin and the Sentence, o Trivium se recuperava de dois lançamentos medianos em sua carreira. Vengeance Falls (2013) e Silence in the Snow (2015), mostravam uma banda pouco inspirada e com faixas que não entregavam todo o potencial presente em seus antecessores. Voltando a lançar material interessante e com composições ricas, o Trivium voltou a se destacar entre os lançamentos da música pesada.
What The Dead Men Say foi um dos grandes lançamentos de 2020, mostrando que o Trivium estava em uma ótima fase, já que o álbum contava com faixas excelentes e que exaltavam as principais características da banda. Mesmo sem a possibilidade de fazer turnês, devido a pandemia do COVID-19, o álbum recebeu ótimas críticas nos principais veículos de comunicação e mostrou um Trivium renovado e seguro de sua sonoridade.
Com pouco mais de 1 ano do lançamento de What The Dead Men Say, a banda dá vida ao seu mais novo trabalho. O álbum foi um resultado positivo do período de inatividade gerado pela pandemia, onde o grupo aproveitou para aumentar seu ritmo de produção.
A banda está em um dos melhores momentos de sua carreira e segue em ascensão com uma sequência matadora de álbuns. In The Court Of The Dragon chega para reafirmar que o Trivium é um dos maiores nomes do metal em atividade. Com um tom épico e imponente, o disco consegue pegar elementos de diferentes gêneros do metal e colocá-los em perfeita harmonia.
Com peso e melodia na medida certa, a banda mostra toda sua técnica instrumental ao longo das 10 faixas, com momentos virtuosos e memoráveis. É o Trivium em sua melhor forma, seguros de sua sonoridade e confortáveis com o caminho que começaram a trilhar em The Sin and the Sentence, e que os trouxe até um de seus melhores trabalhos.
O álbum não abre espaço para deslizes nem para momentos desnecessários. Tudo é muito bem amarrado e tanto o instrumental quanto os vocais, estão alinhados e em um nível de qualidade fora da curva. O Trivium soa técnico e preciso como nunca, além de entregar refrãos marcantes e poderosos, algo que a banda sempre dominou com maestria. Faixas como Like A Sword Over Damocles, Feast Of Fire, No Way Back Just Through e From Dawn To Decadence são alguns dos destaques presentes na obra.
Em entrevistas, o vocalista e guitarrista Matt Heafy declarou que em In The Court Of The Dragon a banda se permitiu criar sua própria mitologia, inspirados pelas coisas que consumiram anteriormente, como mitologia grega e japonesa. Dando assim origem às suas próprias histórias em vez de recontar outras mitologias e momentos históricos. Tudo isso deu mais corpo ao trabalho, criando uma obra imersiva e completa.
O projeto é uma verdadeira experiência musical. Desde a arte da capa, que é facilmente uma das mais belas na discografia da banda, o ouvinte é impactado por algumas das melhores composições do Trivium.
O álbum sabe trabalhar muito bem todos os elementos, evidenciando a performance impecável de cada integrante. A banda soube usar com sabedoria os 52 minutos de duração do disco, entregando tudo que o público precisa ouvir em suas 10 faixas. In The Court Of The Dragon é tranquilamente um dos grandes lançamentos da música pesada em 2021.
Trivium in the court