Saiba por que a artista que se apresenta pela primeira vez no Brasil no Lollapalooza 2026 é muito mais que um hit viral
O sucesso viral é uma faca de dois gumes. Para a cantora britânica Lola Young, o hit “Messy” a catapultou para o mainstream, tornando-a uma voz familiar em trilhas sonoras de vídeos no Tiktok. Por outro lado, o alcance instantâneo de sua canção mais popular acabou criando uma visão limitada e, de certa forma, infantilizada de uma artista que, na verdade, possui uma profundidade e um talento vocal que a posicionam como uma das vozes mais promissoras do R&B moderno. E se por um lado a notoriedade viral colocou a artista na mira dos holofotes, o sucesso repentino também a subestima como artista. Afinal, Lola Young é só mais uma “one hit wonder” das redes sociais?
A crítica internacional, incluindo veículos como The Guardian e The Independent, a compara repetidamente a lendas como Adele e Amy Winehouse. E essa comparação não acontece por acaso. A artista de 24 anos tem uma voz rica e texturizada, capaz de transitar entre a vulnerabilidade do soul e a força de uma cantora de blues. Sua habilidade em entregar performances cruas e cheias de emoção, como visto em seus shows e nas faixas menos conhecidas, é a prova de que seu talento está enraizado na autenticidade, e não em uma fórmula pop para viralizar, que consequentemente limita a visão do público sobre seu potencial.
A verdadeira essência de Lola Young reside em canções como “Conceited” e “Ruin My Makeup”. Em “Conceited”, ela explora um R&B dinâmico com uma atitude afiada, mostrando uma maturidade lírica e um tom sarcástico que reflete o espírito de uma nova geração. O jornal The Independent destaca a faixa por seu refrão com toque de guitarra no estilo “Arctic Monkeys”, sublinhando a capacidade de Lola de misturar gêneros com naturalidade. Já em “Ruin My Makeup” ela se revela uma artista que não tem medo de ser vulnerável e crua. Suas composições são cheias de sinceridade emocional, um contraste direto com a leveza de seu sucesso viral.
No fim das contas, o sucesso de “Messy” é a grande ironia da carreira de Lola Young. A canção que a colocou no mapa é, ao mesmo tempo, o que a subestima como artista, rotulando-a como um fenômeno de internet. Enquanto o mundo canta seu hit chiclete, a crítica vai mais fundo em sua carreira e a comparava com grandes nomes da música britânica, reconhecendo o verdadeiro poder de sua voz e a profundidade de sua obra. O desafio de Lola agora é se libertar da sombra de um sucesso instantâneo e provar ao público que sua música é feita para ir além da “for you” ou do feed do Instagram.
Lola Young se apresenta pela primeira vez no Brasil no Lollapalooza 2026, que acontece no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, nos dias 20, 21 e 22 de março. Seu novo álbum, “I’m Only F**king Myself” chega às plataformas de streaming no próximo dia 19 de setembro e deve cimentar ainda mais sua posição como uma das vozes modernas do pop e R&B.
