A nossa música independente anda de mãos dadas com o cenário underground, fato mais do que sólido. Inúmeras bandas nasceram dessa premissa: andar com as próprias pernas, realizar sonhos, botar o pé na estrada e espalhar mensagens. E é por esse caminho de pedras que o Black Days caminha desde 2014, ano de sua formação, buscando espaço no cenário musical (muito bem alcançado até então), trabalha com composições autorais mesclando o alternativo, e uma leve pitada de post-hardcore. Hoje, a banda se encontra em moldes diferentes desde sua criação, contando com Bruno Figueiredo (vocais), Murilo Amancio (guitarra), João Bonafé (baixo) e Vítor Peracetta (bateria), mesclando em suas composições percepções do cotidiano e emoções à flor da pele. Batemos um papo com João Bonafé, baixista do Black Days sobre o futuro, mudanças da banda e música independente. Confere aí!
Rocknbold – Quem acompanha o trabalho do Black Days, viu uma mudança de sonoridade dos singles lançados ao longo de 2016/2017/2018, e o lançamento do álbum “Entidade”, no ano passado, trouxe outra estética para a banda. Como foi trabalhar nessas mudanças?
João Bonafé – Essas mudanças vieram devido a troca na formação, e no entidade foi ainda mais perceptível, pois o núcleo de composição tinha mudado por completo, foi primeira vez que o Bruno, o Murilo e eu (João) compusemos juntos e sem amarras. Óbvio que respeitamos ao máximo a essência da banda, mas nos permitimos trazer novas influências e vivências. Tem sido um processo calmo, mas bastante intenso. Acho que de uma maneira geral todas essas mudanças têm ajudado no amadurecimento do Black Days e levado a caminhos bem interessantes e desafiadores.
Rocknbold – Houveram algumas mudanças também na formação do BD, com isso, a identidade e o som também mudaram. A adaptação foi tranquila?
João Bonafé – A adaptação foi bem tranquila, o processo do “Entidade” criou uma sintonia muito legal entre os que ficaram na banda. A entrada do Peracetta, que já tinha uma relação de amizade muito próxima com a banda, deu ainda mais liga na hora do processo de criação.
Rocknbold – Em 2020 os fãs receberam de vocês o single sorriso falso, que, mais uma vez, traz consigo uma carga emocional convertida em música. Para vocês, é rotineiro escrever sobre o interior do emocional?
João Bonafé – Definitivamente sim, mas não são os únicos assuntos tratados nas nossas letras, é tudo uma questão do momento que o Bruninho tá vivendo ou vendo.
Rocknbold – Muito é discutido sobre as vantagens e as desvantagens de ser artista independente no cenário musical brasileiro. Na opinião de vocês, como banda independente, qual é a importância desse rótulo?
João Bonafé – Acho que a principal importância é a liberdade criativa artisticamente falando, mas também é um rótulo com mais responsabilidade, tendo em vista que todas as decisões são tomadas por nós, o mérito e o bônus são totalmente da banda.
Rocknbold – Pra gente finalizar, quem acompanha a banda nas redes sociais vem presenciando muitos drops das gravações do novo trabalho. O que essa galera pode esperar para esse ano ainda?
João Bonafé – Como fizemos esse EP na base do confinamento, é uma banda vivendo 100% em função do projeto, sem distrações, colocando para fora todo esse turbilhão de sentimentos e tentando nos posicionar nessa nova realidade.
Embasados no último lançamento dos caras, o single “Sorriso Falso”, e os drops das gravações do próximo EP, dá para ter uma certeza que vem coisa boa por aí! Enquanto isso, quem não conhece os caras, é só dar um pulo nas plataformas de streaming e ouvir o que foi lançado até agora, chances fortes de apego emocional. Vou deixar o último álbum dos caras aqui embaixo também, até!