A pernambucana Thaiis iniciou sua jornada na música profissionalmente ainda em 2021. Neta do forrozeiro e sanfoneiro Agostinho do Acordeon e sobrinha de Josildo Sá, também forrozeiro, mostra que as raízes musicais estão rendendo bons frutos para ela.
Em 6 de maio a cantora estreou no Spotify com o single “Rede Elétrica”, apresentando uma boa dose de elementos regionais em seu pop nordestino. A cantora usa sua base musical familiar e adiciona o toque pessoal de impressões sonoras que vão do indie ao pop, mas em uma sonoridade mais próxima da brasileira.
Além da canção, algo marcante é o senso estético da cantora, que já mostrava os sinais de seu desabrochar no clipe com tons de roxo predominando a estética. A vibe mística não ficou de fora, encontrando-se com uma paisagem etérea destacada pelos quadros desfocados e o predomínio de uma névoa branca. A primeira produção contou também com Will Souza e Matheus Cantarelli. O cuidado com o visual também está nas maquiagens criativas que Thaiis sempre faz uso, como mostra em seu instagram.
“Eu Não Aceito”
O novo single “Eu Não Aceito” chegou nas plataformas de streaming na quinta-feira (14 de outubro), com distribuição Altafonte e selo Zelo. A produção mais uma vez é de Barro, com projeto gráfico e fotografia idealizados por Will Souza, com assistência de Matheus Cantarelli, Filipe Bessa e Thalyta Santana.
Diferentemente de “Rede Elétrica” com seus tons de roxo, o vermelho do alerta toma conta da identidade visual de sua nova canção. Ao contrário da anterior que possuía temática leve e falava sobre o choque de encontrar o amor, nesta Thaiis utiliza sua arte para trazer um assunto sério em um recado direto. A experiência social como mulher cruza a bolha artística, trazendo a mensagem de que nenhum desrespeito será tolerado e nenhuma voz será calada.
O segundo trabalho chega como uma ode à sororidade, necessária nos tempos atuais, e também como um grito cansado de quem carrega o peso de ser mulher e de quem consegue enxergar as dificuldades das companheiras. O sotaque delicioso e a voz doce contrasta a mensagem forte que ela traz em sua canção. A letra carregada de símbulos e significados apresenta no refrão não somente as figuras históricas de mulheres que vieram antes de nós, mas também sua própria ancestralidade, sendo Nidinha o apelido de sua mãe, Genilde.
A união do pop dançante dos anos 70 com várias camadas vocais adicionando textura para a melodia mostram um caleidoscópio de sonoridades, incorporando a swingueira do Nordeste, valorizando sempre o lugar de onde veio.