Filligar retorna com pop rock empolgante em ‘Future Self’

O ROCKNBOLD conversou com a banda sobre o novo álbum de estúdio, processo criativo e volta aos palcos em entrevista exclusiva

Trabalhar em família pode ser arriscado, mas quando dá certo, o resultado também pode ser algo muito potente. Disso a Filligar entende muito bem: ao longo de mais de 20 anos de estrada, a banda rock formada pelos irmãos Johnny, Teddy e Pete Mathias com o amigo de infância Casey Gibson tem alcançado feitos incríveis sem perder o fôlego e a conexão criativa. 

Ao longo da carreira, o grupo vem explorando e experimentando com o gênero, indo do mais puro rock’n’roll, passando pelo indie rock com elementos mais folk, até chegar a sons mais sonhadores. Em Future Self (2022), seu sétimo álbum de estúdio, esse crescimento é visível, com um som polido marcado por referências mais pop. 

O que começou com sessões na garagem da família Mathias em Chicago no início dos anos 2000, levou o quarteto a turnês pela Rússia, Kuwait, Azerbaijão e Guiana como embaixadores culturais oficiais dos Estados Unidos. A forte presença de palco também levou a banda a tocar em algumas das casas de show mais icônicas do país e no festival SXSW, além de abrir para nomes como Counting Crows, Alabama Shakes e The Black Keys.

O grupo também se destaca com letras vivas e impactantes. Seu catálogo foi, inclusive, reconhecido por seu “valor de prestígio” pela Sociedade Americana de Compositores, Autores e Editores (ASCAP). “Estive pensando sobre as palavras que falei noite passada – elas pareceram tão pesadas mas flutuaram”, refletem os versos de “Wavy Days” em um dos momentos mais introspectivos do novo álbum. 

Em um bate-papo exclusivo via e-mail com o ROCKNBOLD, o vocalista e guitarrista Johnny Mathias revelou bastidores de Future Self e como a banda continua se desafiando criativamente:

Faz sete anos desde seu último álbum de estúdio, Keepsakes of the Interior, um intervalo bem maior entre discos do que seus fãs provavelmente estão acostumados. O que mudou para vocês como banda desde então?

Mais vida tem sido “vivida”. Nos mudamos para novas cidades. Encontramos novos elementos. E estamos ainda mais animados em fazer o que amamos – criar música juntos. 

Ao longo dos anos, o som rock da Filligar já foi comparado ao de bandas como Kings of Leon, The Lumineers e Wilco. Sinto que Future Self tem mais elementos pop e eletrônicos do que álbuns anteriores, especialmente em canções como “17th hour”, “Wait a Minute” e “Heartache”. Quais eram a visão e os objetivos conceituais que vocês tinham para este álbum?

A gente queria escrever um álbum com que as pessoas pudessem ficar animadas e nos divertirmos no processo. Como parte disso, nos forçamos a explorar outros sons e encontramos novas soluções criativamente. 

Filligar banda rock
Foto: Divulgação.

Future Self parece um álbum mais maduro e traz um equilíbrio bom entre momentos mais introspectivos e alegres com um som bastante divertido e animado. Com mais de 20 anos de banda, qual você diria que é o segredo para criar um som autêntico e próprio e que é ao mesmo tempo bastante atual?

Obrigado! Antes de tudo, somos fãs de música. Ouvir coisas novas pelo mundo tem nos mantém em movimento. É tão importante quanto olhar para dentro. 

Em termos de letra, o novo álbum tem grandes momentos que parecem bastante cinemáticos e pintam cenas bem vívidas. Vocês quatro compartilham créditos para a maioria das faixas da banda – como é geralmente seu processo criativo?

Nós não temos exatamente um processo bem definido. Sempre que uma ideia aparece, nós tipicamente anotamos no aplicativo de “Notas” ou registramos uma nota rápida no gravador do celular. A partir daí, compartilhamos com o grupo e vemos como podemos materializar a ideia coletivamente. 

Como foi o processo de criar e gravar Future Self, especialmente considerando a pandemia? Eu li que vocês trabalharam na faixa “At Sea” com cada membro em pontos diferentes de Los Angeles, deve ter sido desafiador. 

Teve muito de passar arquivos para lá e para cá entre cômodos. Eventualmente, quando os estúdios de gravação abriram de novo, finalmente conseguimos estar no mesmo local. A partir daí, as coisas foram fluindo e nos divertimos muito fazendo barulho.  

Foto: Divulgação.

A banda também é bastante conhecida por suas performances ao vivo – vocês têm shows planejados? Como está sendo voltar aos palcos?

Tivemos uma pequena festa de lançamento em Nova York no fim de semana e vamos fazer alguns shows durante a primavera [dos Estados Unidos]. Estamos realmente ansiosos para voltar a tocar ao vivo.

Podemos esperar uma performance no Brasil no futuro?

Com certeza – assim que tivermos a oportunidade, estaremos aí!

Quais são os próximos passos para a banda agora que o álbum saiu?

Indo escrever novas músicas!

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