MUST LISTEN #7: 6 artistas e bandas de rock para você conhecer em abril

“Autonomy: Part One” de Guerilla State

O duo irlandês Guerilla State explora uma sonoridade energética e épica em seu EP de estreia, “Autonomy: Part One”, que busca explorar canções sentimentais e, ao mesmo tempo, protestar contra a repressão e a censura em toda forma de arte, sem deixar ótimos e intensos riffs de guitarra de lado. A banda não esconde a vontade de falar sobre temas importantes e refletir sobre as complexidades sociais e políticas do mundo moderno em suas músicas, oferecendo uma perspectiva global sobre assuntos governamentais e falhas em uma era de desinformação.

O disco já é aberto por elementos eletrônicos que se encontram com toda a intensidade de guitarras e vocais épicos na faixa “Harbinger”, que já deixa claro que a banda não está para brincadeira quando o assunto é criar um rock forte, intenso e inovador ao misturar diferentes elementos. O mesmo ritmo segue para as faixas “Ready Aim Fire” e “Never Taking Me”, que evidenciam a vontade do duo em criar uma sonoridade épica, bastante complexa e bem estruturada em todos os seus elementos e, acima de tudo, fiel à própria proposta. O som desacelera um pouco em “Fracture”, que mostra sua força não através de riffs, mas de vocais sobrepostos e sonoridade melancólica. O EP termina em “Bandit Country”, que encerra a jornada musical em meio a solos acústicos que remetem ao country, prog e hard rock.

O resultado é um EP grandioso e intenso não só em seu som, mas também em suas melodias e letras. Apesar de curto, o disco é objetivo em sua proposta. Alguns elementos do EP que evidenciam sua grandiosidade lembram muito algumas faixas do Muse, o que pode significar uma nova banda favorita para o coração dos fãs da banda britânica. O duo Guerilla State promete agradar ouvintes com gosto refinado para rock, que buscam uma banda nova que ofereça um som completo, épico e grandioso.

O EP “Autonomy: Part One” está disponível no Spotify e em nossa playlist de descobertas da plataforma Musosoup! Não deixe de ouvir!

“Not Again” de Alex Dante

Se você busca um alt rock agitado e ao mesmo tempo carismático, “Not Again“, o primeiro single solo divulgado pelo artista e multi-instrumentista norte-americano Alex Dante, é a música certa para você. A canção une um instrumental intenso de riffs e percussão extremamente bem produzido, que dialoga muito bem com seus vocais, demonstrando o profissionalismo do artista em produção e execução musical. Dante não é exatamente um novato na música. O artista que também faz parte da banda Code Silver conta que começou a escrever canções sobre experiências de vida acontecendo fora do grupo: “Depois de um longo ano em 2020, decidi finalmente lançar algumas músicas solo enquanto os projetos da minha outra banda ainda estão no forno. Essa faixa foi uma saída para mim e me chama de volta para minhas frustrações honestas na adolescência que explorei através da música pop-punk no colégio“.

Not Again” une influências das mais diversas bandas e gêneros que passeiam pelo new rock, alt rock e pop punk, como Radiohead, Paramore, blink-182, The Strokes, The Killers… Entretanto, ao mesmo tempo, a união de diversos elementos que dialogam com o rock se revela bastante autêntica no que diz respeito a criar uma sonoridade que não é facilmente associada à nenhuma banda em alta no mercado musical atual. O resultado é uma faixa extremamente inventiva que desabafa sobre o cansaço dos dias, principalmente em meio à pandemia, e reflete este período em que vivemos de uma forma bastante descontraída e extremamente cativante.

A canção foi quase inteiramente produzida por Alex Dante, que durante o processo criativo, deu vida à guitarra, baixo synths e vocais. A percussão ficou por conta do músico Joshua Grattan. Após o ótimo single que deixa o ouvinte com gostinho de “quero mais” de suas composições como artista solo, Dante promete não parar tão cedo enquanto explora a sua autonomia em um projeto solo: “Mais música virá em breve, através de material solo como este, bem como com material completo da banda através do Code Silver. Aguentem firme, pessoal, o melhor ainda está por vir para todos nós“.

“Not Again” está disponível no Spotify e em nossa playlist de descobertas da plataforma Musosoup! Não deixe de ouvir!

“Isolation Sessions” de ELLiS·D

Isolation Sessions” é o ótimo EP do artista ELLis·D, que explora uma sonoridade descontraída que vagueia entre elementos do soul, blues, alt rock e até mesmo do rock psicodélico ao empregar riffs distorcidos e intensos em suas músicas. O disco foi produzido em meio ao isolamento social da pandemia e lançado pelo próprio selo do artista, o Change The F*cking Records! As quatro faixas do EP viajam por uma sonoridade bastante fiel à proposta de produzir um som sujo e ao mesmo tempo extremamente bem lapidado em uma produção e execução limpa, crua e orgânica. ELLis·D não esconde sua inspiração em artistas como Ty Segall e Waxahatchee, bem como pioneiros da lo-fi Guided By Voices, e conta que “procura abraçar um estilo de gravação que enfatiza a natureza crua de sua música, arrancando os excessos para expor o personagem por dentro, seguindo a linha entre o caos e a realidade para esculpir algo profundamente pessoal, e explodindo de emoção“.

As quatro faças do EP Isolation Sessions podem ser definidas como um acalento agitado, divertido e tocante para quem busca canções e instrumentais bem produzidos, misturados em diversas influências, para curtir a própria companhia em sua própria solidão, dançar e se divertir. Como muitas obras compostas e produzidas durante o período de isolamento, a música de ELLiS·D é carregada de sentimentos, dúvidas, incertezas transformadas em arte para se ouvir e refletir sem ficar parado. Os ótimos e complexos acordes dão vida ao instrumental agitado e se misturam com os vocais intensos do artista. “Secret on Your Sleeve“, por exemplo, mergulha com força em agitados e desenfreados riffs de guitarra para criar uma sonoridade intensa, contagiante e dançante. Já “Ha Ha” desacelera a produção e explora acordes mais suaves que dão mais destaque para os vocais do artista. Esse ritmo mais intimo e descontraído se mantém em “Falling Awake“, que se revela o tipo de música que você gostaria de ter conhecido no início da pandemia para dançar sozinho com uma taça de vinho. O resultado é um trabalho bastante pessoal e profundo, como se mergulhasse no próprio caos em que o mundo se encontra. Menção honrosa fica por conta do incrível e sujo solo de guitarra que finaliza o EP na faixa “Dreaming Of Dresden“, que pessoalmente, para mim, traduz o caos e desespero das incertezas do momento em que vivemos.

Em uma época em que constantes enxurradas de informações são lançadas contra nós de todas as saídas imagináveis, a autoconsciência está cada vez mais difícil de conseguir. Com ‘Isolation Sessions’, eu queria criar um registro que falava comigo mesmo mais do que qualquer outra pessoa, uma tentativa de chegar a um acordo com as raízes profundas medos geracionais de inutilidade e dúvida, tanto em um contexto pessoal quanto mais amplo

Isolation Sessions” está disponível no Spotify e em nossa playlist de descobertas da plataforma Musosoup! Saiba mais sobre o trabalho de ELLiS·D e ouça também os singles “Nature’s Game” e “Clap Hands“.

“Butch Cassidy and the Sundance Kid” do The Canarys

Formado pelos universitários Alexander Hollins e Marco Saah, o duo norte-americano The Canarys lançou nesta sexta-feira (9) seu primeiro álbum de estúdio, o aguardado “Butch Cassidy and the Sundance Kid“. O disco que, curiosamente, foi gravado em apenas uma diária em estúdio, traz 11 faixas poderosas que une o melhor do new rock, também conhecido como o barulhento ‘rock de garagem’, unindo influências também do indie, hardcore, rockabilly e alt rock. Apesar de nova no mundo musical, o álbum bastante profissional e coeso se mostra extremamente promissor no refinado som entregue, que flerta com influências de gigantes da cena como Arctic Monkeys e Queens of The Stone Age para criar uma sonoridade suja, intensa e descontraída de guitarras pesadas ao longo de suas faixas.

O The Canarys une, em suas composições, letras pensativas com guitarras pesadas e emocionais ao groove inspirada no hip-hop, R&B e jazz, apostando em uma sonoridade bastante complexa, completa e refinada para criar um som agitado, intenso e dançante. A primeira faixa do disco, “Sweat“, é uma agradável composição de groove de baixo que envolve vocais dançantes que fazem o ouvinte ser automaticamente transportado para baladas de indie rock. A sonoridade suja groovada se mantém ao logo do disco na maioria das faixas, o que demonstra uma fidelidade da banda ao construir a sonoridade que deseja. O disco desacelera um pouco em “Snake“, que revela um som mais sensual. Em algumas faixas ainda, como em “Lois and Sam“, o duo resgata a sonoridade do rock clássico sessentista, adicionando uma pitada de nostalgia ao disco. “Gigantic” é outra agradável faixa bastante groovada que traz vocais duplos e riffs fortes, porém desacelerados, que criam uma atmosfera sensual com solo progressivo. Ao todo, o resultado de “Butch Cassidy and the Sundance Kid” é um trabalho musical extremamente coeso e profissional que flerta com diferentes elementos do rock ao longo da história, saudando o passado sem tirar os olhos do futuro. Se os jovens Alexander e Marco de New Orlans têm a intenção de levar o a história do rock a diante – e eles têm -, eu não pensaria duas vezes antes de confiar em seu talento e em entregar um legado tão sagrado em suas mãos.

Nós escrevemos este álbum para ser um álbum conceitual sobre a conexão humana, mas tínhamos apenas um dia no estúdio antes de Nova Orleans fechar para a Covid, e não podíamos mais nos conectar com ninguém. Tudo o que tínhamos para mostrar para as novas músicas eram faixas de bateria. Tivemos que reimaginar inteiramente nosso processo de gravação, produzindo e mixando nós mesmos, mas conseguimos terminar o álbum de nossos quartos. Agora, pouco mais de um ano depois, o álbum está surgindo, e a dupla percebeu que ser forçada a reimaginar o processo de gravação produziu um álbum 10 vezes melhor do que teria sido“.

Butch Cassidy and the Sundance Kid” está disponível no Spotify e em nossa playlist de descobertas da plataforma Musosoup!

“Welcome To Virology” de David Christy Jones

O artista e multi-instrumentista britânico David Christy Jones constrói sua própria realidade alternativa, divertida e levemente psicodélica sobre a experiência pandêmica em meio ao rock progressivo de “Welcome To Virology“, seu primeiro disco de estúdio, que chega às plataformas de streaming no próximo dia 17 de abril! Em meio à críticas sobre como a sociedade encara a COVID-19, muito bom humor e ironia, disco conduz o ouvinte em uma experiência única e imersiva enquanto explora elementos do rock, hip hop, funk em uma abordagem única e peculiar. Inspirado por grandes estrelas do blues, Jones se concentrou em gravar suas próprias composições, que divagam entre diversos gêneros de uma forma muito original e autêntica ao longo das nove faixas que compõem o disco. Ao longo de sua carreira, David Christy Jones se mostrou um multi-instrumentista bastante talentoso e versátil em ritmos que iam de jazz, folk ao rap e heavy metal, e talvez por isso não esconda atrás de seu grande repertório musical o entusiasmo de usar receitas do passado com sabor distinto e autêntico do futuro.

A magia de “Welcome To Virology” começa logo na faixa dá título ao disco, que imerge o ouvinte em uma entrada à um parque de diversões que não parece muito amigável e, ao mesmo tempo, traz críticas sobre a forma como os Estados Unidos lidou com a pandemia de COVID-19. Na faixa seguinte, a já divulgada “Virology“, Jones explora elementos do groove, hip hop e funk para criar batidas e linhas de guitarras extremamente envolventes e carismáticas, embora ainda com letras carregadas de críticas e ironias que não impedem o ouvinte de querer dançar sobre sua desgraça. “Before The Cold” desacelera o ritmo e envolve o ouvinte em um blues sombrio. A atmosfera sinistra continua em “Imagine, If You Will…” e “Seafood Ain’t That Special“, que apesar da problemática explícita, atrai o ouvinte pelos riffs extremamente contagiantes, intensos, irônicos e assustadores. O resultado é um álbum coeso, imersivo e bem construído, daqueles que você precisa ouvir inteiro, sem pular nenhuma música, para entender e ser conduzido pelo contexto pandêmico e problemático que o mundo enfrenta. David Christy Jones faz um excelente trabalho ao unir letras aterrorizantes, críticas e ironia de forma bem humorada. Construir um universo musical e histórico contínuo explorando diferentes ritmos, elementos e gêneros de forma com que se conectem e se tornem música de extrema qualidade não parece nada fácil, mas para David Christy Jones, é. Jones transforma a pandemia em um verdadeiro musical da Broadway. “Welcome To Virology” não é um álbum, é uma experiência.

Welcome To Virology‘ é um álbum espirituoso e mordaz que enfoca o estado do mundo moderno e explora vários temas em torno da pandemia de COVID-19, da raiva e ressentimento à solidão e isolamento. O disco é uma resposta honesta aos problemas que atualmente enfrentamos cada um de nós. O álbum incorpora elementos de rock progressivo e clássico com uma mistura totalmente única de hip hop e rap“.

Welcome to Virology” já está disponível no Spotify eem nossa playlist de descobertas do Musosoup!

“Mirror Mirror” de Mako Bron

Em quatro faixas que despertam no ouvinte o famoso gostinho de “quero mais”, o artista australiano Mako Bron apresenta seu primeiro EP, “Mirror Mirror“, que chegou às plataformas de streaming em março deste ano explorando alt e indie rock, sem deixar de fora elementos da música pop, samples eletrônicos e synthpop, proporcionando um som um pouco mais moderno e nostálgico às suas composições. Mako Bron é um compositor e músico comprometido com mais de 20 anos integrando paixão com pragmatismo. Analisando seus trabalhos, fica claro que Bron é um artista completo e versátil que condensa uma banda de seis pessoas ou mais em um artista só. Em seu trabalho, Mako Bron explora narrativas que divagam entre o realismo, fantasia, a experiência humana e como tudo isso diverge. Em uma realidade onde tudo é história, Bron questiona se nós existimos como humanos de fato ou apenas fazemos parte de uma audaciosa e bem elaborada simulação futurística controlada por robôs.

Logo na primeira faixa de Mirror Mirror, Bron nos apresenta a contagiante e intensa balada de “Awkward Moment“, que abre o disco de forma intensa e impregnada de synthpop, sem deixar riffs intensos de guitarra de lado, agradando bastante fãs do indie que se consagrou nos anos 2000. A segunda faixa, “Always Something“, desacelera um pouco o ritmo em uma balada um pouco mais romântica e carismática, que ainda traz ótimos samples em meio à bateria forte. Os sintetizadores se tornam ainda mais intensos e imersivos em “Snow White“, que cria uma atmosfera quase disco e desempenha o importante papel de não deixar o ouvinte parado em seus riffs. “Pulling the Line” fecha o EP, mais uma vez, em meio à nostalgia de um rock alternativo cheio de atitude e carisma, guiado pela percussão e riffs intensos, se revelando uma canção carismática que proporciona a experiência de “fim de festa” e você mal pode esperar pela próxima. O resultado é um trabalho que une forte inspiração contemporânea e futurística, sem tirar os pés do passado em elementos eletrônicos que flertam com o synthpop. Mirror Mirror é um trabalho que vai além de proporcionar música, levando a questionar e criar uma verdadeira experiência musical. Para quem gosta de grandes clássicos da música indie que se mistura com pop eletrônico e rock alternativo, desde Smashing Pumpkins, The Killers, e até mesmo o underground Hot Chip, Mako Bron se mostra um artista completo, unindo um repertório diverso e versátil em um único artista.

Mako Bron foi comparado a Billy Idol, Bloc Party e Digitalism, mas cita suas influências mais significativas como Smashing Pumpkins, The Cure e The Smiths. Com mais do que um toque de nostalgia do estilo de onda de sintetizador DIY, Mako junta guitarras, sintetizadores, batidas e baterias ao vivo ocasionais para misturar o sintético com o orgânico, o robô com o humano e o passado com o futuro. Mirror Mirror traz reflexões em que o ouvinte é compelido a se desafiar nas grandes narrativas em jogo.”.

Mirror Mirrorestá disponível no Spotify e em nossa playlist de descobertas da plataforma Musosoup!

Confira todos os nossos artistas favoritos em:

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