SEVENTEEN dá “gostinho” de algo novo com Attacca

Com a renovação do contrato do SEVENTEEN mais cedo este ano, Attacca se caracteriza como um compromisso do que pode estar por vir.
Attacca Seventeen

Attacca é um termo musical para o ato ininterrupto de terminar uma peça e começar outra sem pausa. A expressão escolhida como nome para o novo mini-álbum do SEVENTEEN faz sentido diante do ano movimentado do grupo. Com um lançamento em japonês ao início do ano, diversos trabalhos solo (e em duo) dos membros e, uff!, mais recentemente, o lançamento de Your Choice ainda no final do primeiro semestre, os integrantes tiveram um ano corrido e fértil, que os levou ao debut do grupo na Billboard 200.

Agora, os integrantes do grupo self-produced coreano prometem uma repaginada. Com a renovação do contrato mais cedo este ano, SEVENTEEN demonstra que estes seis anos foram apenas os primeiros de muitos. Attacca se caracteriza como um compromisso do que pode estar por vir, dando continuidade ao projeto ‘Power of Love’ – iniciado com o dueto “Bittersweet”, de WONWOO e MINGYU e com participação de Lee Hi.

“Rock with you” é a faixa escolhida como title track e representante desta era. A música apresenta muita agilidade logo ao início, dando a sensação de passagem de tempo em seu instrumental, apoiada pela representação visual do videoclipe. A influência do pop rock presente ao longo do álbum também é demonstrada logo aqui. Esses novos elementos, contudo, são muito bem absorvidos pelo estilo característico do grupo e cada membro nota-se confortável a este desafio.

Apesar do ritmo acelerado da canção, “Rock with you” segue o sentimento anteriormente visto em “Ready to Love”. Com promessas e declarações de amor, o grupo impressiona com as letras que, assim como vamos percebendo ser verdade a todo o álbum, são algumas de suas melhores até então. “Nenhuma palavra é suficiente para você / Quero manter isso melódico / Então me deixe ouvir todas as suas emoções”, cantam WOOZI e THE8 após o primeiro refrão.

A faixa ressalta também a qualidade da produção do grupo e de seus vocais que tão bem se assumem em qualquer gênero musical. É impossível não se deixar tocar pela voz de MINGYU logo ao primeiro minuto da faixa ou pela sinceridade com que SCOUPS canta a bridge. “Rock with you” é, ainda, mais um exemplo do talento coreográfico do grupo, com destaque logo no pré-refrão, quando os membros levantam THE8 pelos pés.

Attacca Seventeen

Ainda assim, antes de “Rock with you”, somos apresentados à “To you”. A canção abre o álbum com sons crescentes e abafados de guitarra que logo se transformam em uma mistura de synths e guitarra mais presentes. Falando sobre a gratidão por um amor que pode ser encontrado em muitas formas, a música traz a delicadeza e doçura lírica única do grupo. A faixa faz um belo trabalho em introduzir a mais recente fase e o álbum, trazendo novas influências ao som familiar e característico do grupo. Com seu som crescente, “To you” nos anima para o que vem a seguir em Attacca.

“Crush”, a última faixa com todos os membros, entrega logo ao início seu wow effect com DK e HOSHI declarando logo de cara, “You are my crush / I got a crush on you”. A faixa é definitivamente uma das mais fortes do álbum e utiliza com maestria a expressividade vocal dos membros, que fazem uma performance impecável em transmitir a insistência e ansiedade de se estar apaixonado. A canção ainda conta com uma sensualidade que recorda “Spider”, solo de HOSHI, e um baixo 808 que traz um ar funky à faixa. A coreografia de “Crush” também cumpre com o aspecto mais sensual da música.

Enquanto “Crush” expressa a paixão com elementos de R&B, “PANG!” vai por um meio menos convencional. A música da PERFORMANCE TEAM compara a ansiedade e o turbilhão de sentimentos que vêm de se estar apaixonado à fluidez e à explosão de um balão.

A sub-unit especializada em dança sempre entrega algumas das mais diferentes faixas do grupo, muitas vezes pensando primeiro no aspecto visual e performático da música. Com “PANG!”, a regra segue. Completamente experimental, um tanto minimalista e excêntrica, a faixa é ou uma favorita ou a mais odiada do álbum. Com sons completamente visuais que remetem a estouros e um rap inventivo por parte de DINO, a música certamente faz sua marca na cabeça dos ouvintes – para o melhor ou não.

Attacca ainda conta com faixas das restantes sub-units do SEVENTEEN. “Imperfect Love”, da VOCAL TEAM, é uma power ballad fácil de conquistar o ouvinte. Impossível não sorrir enquanto ouve, a canção dá holofotes aos fortes vocais de cada um dos membros da subunidade. A faixa entrega algumas das mais belas letras do grupo a se recordar, “Eu quero fazer uma história sem fim escondida como um livro antigo / Juntos, ficamos velhos e desgastados” e aquece o coração dos carats.

“I can’t run away” traz um som inesperado para a equipe de HIP HOP. Uma balada com sons acústicos e transições interessantes, a faixa tira um pouco o aspecto “hip hop” da unit, mas é uma das mais bonitas canções que entregam até então. A canção foi especialmente trabalhada por WONWOO e MINGYU e traz o mesmo agridoce de “Bittersweet”. Sobre a necessidade de continuar a amar alguém e recordar esse amor, a faixa é definitivamente uma bela surpresa no álbum.

Encerrando o álbum em sua versão digital, VERNON e JOSHUA se juntam para a primeira música completamente em inglês do grupo, “2 minus 1”. Com a mesma inspiração pop-punk que vem crescendo no último ano, a faixa é viciante. As letras, por vezes, parecem um pouco deslocadas e ainda falta um elemento mais angst na produção. Esses detalhes, contudo, não ofuscam os vocais da dupla, que parece ter aguardado os seis anos para esse momento, e a transição convidativa dos toques de violão para o barulho mais preenchido da bateria e da guitarra. Apesar de deixar um pouco a desejar, a faixa é catchy e a inspiração em Avril Lavigne (e talvez good 4 u da Olivia Rodrigo?) faz um ótimo fechamento para o álbum que veio para atacar.

Attacca definitivamente entrega aos fãs algo diferente e definitivamente algo muito positivo. Com muito mais sucessos do que o trabalho anterior, o álbum tem faixas marcantes e a promessa de renovações por vir, conquistando um 9 em 10 para nossa review. Por si só, Attacca falha em talvez não conseguir apresentar algo muito mais do que uma promessa, e talvez um leve “gostinho”, de um “novo tipo de SEVENTEEN” vindo por aí. Ainda assim, o grupo como tem sido nos últimos seis anos continua apresentando peças cativantes e isso não deve mudar. O que vier pela frente é, com certeza, coisa boa.

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