Depois de 6 anos longe do Brasil, Demi Lovato chega ao país com a turnê exclusiva do seu último álbum, Holy Fvck. Lançado em agosto, Demi mostra que o rock nunca saiu de sua vida e apresenta um trabalho repleto de referências da cena emo, compartilhando experiências que viveu nos últimos anos.
São Paulo foi o primeiro show oficial da Holy Fvck Tour, turnê que será apresentada amanhã, 4 de setembro, no Palco Mundo do Rock in Rio. A apresentação no festival promete muito, visto que os shows de SP já superaram expectativas.
A era Holy Fvck de Demi Lovato
Holy Fvck foi lançado no dia 19 de agosto de 2022 e conquistou o Top 10 da Billboard, tornando unânime os lançamentos de sucesso, já que todos os álbuns de Demi estreiaram da mesma forma, no Top 10.
Holy Fvck é uma verdadeira obra de arte para os fãs das antigas. As músicas contam com arranjos mais pesados, letras honestas e o sentimento de liberdade. Demi não tem medo de compartilhar suas vivências e mostra que de fato, a vulnerabilidade é força.
Um grande destaque desse álbum são as colaborações com outros artistas. A primeira faixa, FREAK, conta com o YUNGBLUD, cantor e compositor da cena pop punk. A música que inicia o álbum com certeza é a minha preferida. Nela já sabemos qual vai ser a pegada das letras e harmonias, além de ser um grande hino para os “outsiders”, mostrando que não é um problema ser estranho, e sim é o que faz o grande show acontecer.
Outro feat poderoso foi a EAT ME com Royal & the Serpent. A canção é uma libertação das versões antigas de Demi e uma espécie de despedida, na qual fica claro que sua versão atual é a melhor de todas e as pessoas precisam apenas aceitar.
O singles lançados antes da data do álbum formam um lindo top 3: SKIN OF MY TEETH, SUBSTANCE e 29. Na primeira, que foi o lançamento da era, Demi apresenta um clipe que lembra muito o da faixa título de seu primeiro álbum, Don’t Forget. A referência é clara, já que nele Demi canta e toca guitarra, resgatando o gênero de sua essência.
Já em SUBSTANCE temos um hit típico pop punk com clipe divertido e bem com a pegada da cena, da qual Demi já comentou inúmeras vezes em entrevistas que usa como inspiração e ressalta que bandas como Paramore, Panic! At The Disco e Fall Out Boy são suas principais influências musicais.
Na faixa 29, o último single lançado, Demi canta, pela primeira vez, os detalhes de seu relacionamento mais turbulento que ocorreu na fase mais complicada de sua vida. É de conhecimento público os distúrbios de Demi relacionados ao álcool, questões alimentares e até de sua luta envolvendo sua saúde mental. Nessa canção podemos perceber um importante pilar dessa jornada que a levou ao fundo do poço em 2018: o seu relacionamento com uma grande diferença de idade, na qual ela entrou ainda sendo menor de idade.
Duas canções que também conquistaram os fãs foi a balada 4 EVER 4 ME e a emocionante HAPPY ENDING. Enquanto a primeira é a típica música de amor que ressalta os melhores sentimentos que envolvem esse momento, HAPPY ENDING é a música oficial do choro, aquela que de fato toca o nosso coração. A letra dessa canção é a mais honesta de todas, na qual Demi compartilha tudo o que sentiu com a sobriedade e como sempre tentou ser um bom exemplo, mas que mesmo assim lida com o vazio que seus vícios deixaram.
Segundo Demi, o álbum envolve muitos sentimentos que estava vivenciando nesse período de sua vida pós overdose, que ao mesmo tempo que vivia a liberdade da superação, enfrentava os resquícios de sua fase sombria.
O show da Holy Fvck Tour
A setlist da turnê é uma celebração de todas as fases de sua carreira. O público pode reviver todos os hits, desde a era de Don’t Forget e Here We Go Again do início de seus trabalhos, até os mais pops como DEMI e Confident, contando também com seus álbuns que tinham mais influencias R&B, como o Tell Me You Love Me e o The Art Of Starting Over.
O show começa com quatro faixas de Holy Fvck nas quais é possível perceber que a sonoridade ao vivo é impecável, como no disco. Demi se veste com roupas das cores da identidade do álbum, entregando um look heavy metal, e conta com uma guitarra que impõe o peso do rock n’ roll, do modelo Star.
Depois Demi já embarca nos seus hits mais antigos como Here We Go Again, Remember December, La La Land e Don’t Forget. Demi não só canta e contagia o público como de costume, mas também toca guitarra em diversas músicas, além de bater cabeça.
A banda é um grande destaque, o rock é tocado somente por mulheres, e a sintonia entre as artistas é incrível. O resultado é um show de peso. Todas as músicas, até as mais pops, ganham arranjos diferentes com muito rock n’ roll, mostrando um instrumental surpreendente. As músicas ao vivo ganham uma potência ainda maior.
A performance de Demi nunca esteve tão honesta. É perceptível a sua alegria ao cantar suas composições e poder se apresentar para um público que a acompanha e esteve presente em todas as suas fases, e segue a apoiando nessa sua nova (ou antiga?) versão.
Demi está radiante, e os fãs sentem e vibram juntos. Entrega carisma e simpatia, e deixa claro que sentia muita falta do público brasileiro.
O show performado em um festival deve crescer muito, já que o poder de Demi em conquistar a platéia é eminente. Sua apresentação no Rock in Rio promete ser uma das maiores de sua história, e óbvio que não tinha época melhor para fazer isso, do que sua era do rock!
