Rolling in the Deep, All I Ask, Hello, Someone Like You. É quase imediato, para milhões de pessoas ao redor do globo, nomearem o que todos esses títulos têm em comum: sua talentosa compositora e intérprete, que já coleciona feitos e recordes monumentais na indústria fonográfica.
Neste ano, a artista retornou ao olhar do público com a mesma essência refinada de seus projetos anteriores, acrescida de algumas transformações profundas, cheias de nuances e particularidades, que foram documentadas em seu novo álbum, intitulado 30.
O disco, que teve como primeiro single a balada Easy on Me, foi aos poucos divulgado pela cantora e instantaneamente acolhido pelos fãs, que ficavam atentos a cada atualização das mídias e veículos de imprensa. 30 é seu primeiro lançamento em cinco anos e aborda as percepções da artista através de experiências marcantes que vivera – em especial o divórcio – um término que marcou o início de novas reflexões, atitudes e oportunidades.
Passando por canções profundamente vulneráveis, que retratam momentos de culpa, solidão e incompreensão, tais como Cry Your Heart Out e My Little Love, Adele desabafa sobre os desafios de reaprender a conviver consigo mesma, ao passo que busca oferecer suporte ao filho, diante de uma ruptura que abalou sua família de maneira tão definitiva. Na sequência, a cantora introduz ao público uma outra face desta coletânea, mais confiante e centrada, através de faixas como Oh My God e Woman Like Me.
A obra é, em partes, como um diário, que abriga os mais introspectivos detalhes de sua convivência com uma nova realidade. Neste álbum, Adele reforça ao ouvinte que um fim é, de fato, um novo começo, apresentando-o como uma chance única de análise e aprendizado, sem comparações com um passado que não pode ser transformado ou recuperado.
O disco, lançado em 19 de novembro de 2021, já é responsável por grandes marcos na carreira da artista. Em três dias, tornou-se o disco mais vendido do ano nos EUA, com 500 mil cópias físicas vendidas entre os dias 19 e 21. Durante todo o mês seguinte, ela se manteve no topo das paradas da Billboard, entre 200 outros artistas. Foi capa da Rolling Stone e da Vogue norte-americanas e já anunciou shows exclusivos em Las Vegas para o próximo ano.
Mas nem só de glórias vive um artista – especialmente aqueles de tamanho renome. Dentre as situações mais marcantes do novo álbum, as mais inusitadas são, certamente, as acusações de plágio recebidas pela artista, que teria utilizado trechos de canções de Martinho da Vila e Chico Buarque. Entre processos, negações e silêncios ensurdecedores, no entanto, a situação foi lentamente reduzindo até tornar-se cômica entre os fãs e ouvintes na rede, que, entre um meme e outro, continuam a apoiar os hits que amam.
Numa breve retrospectiva ao 2021 de Adele, é seguro afirmar que a responsável por tantos sucessos – estes que já embalaram incontáveis momentos e experiências – é capaz de dominar com precisão a essência de sua arte: a capacidade de formar conexões com outros indivíduos ao passo que compartilha visões sensivelmente peculiares de suas memórias.
Entre turbulências e superações, é notável que cada detalhe, por menor que pareça, não passa despercebido pela cantora – na verdade, é acolhido por ela, que confere um novo significado à palavra excelência – mantendo-se no topo da música mundial ao personificar a expressão o novo clássico.