Existencialismo à flor da pele: Bullet Bane fala sobre seu novo álbum, “Ponto”

Recomeçar, se redescobrir, encarar novos horizontes mantendo a mesma essência e o mesmo objetivo: impactar de forma interna. Para quem acompanha a trajetória dos paulistanos do Bullet Bane, banda formada em 2009 que passou por mudanças de nome, postura, idioma e formação nesses mais de 10 anos, hoje desfila por uma nova maneira de passar sua mensagem em formato de som. No último dia 13, a banda lançou nas plataformas seu mais novo trabalho de estúdio intitulado “Ponto”, contendo 9 faixas que levam, nitidamente, um pouco da alma de cada um deles, foi gravado no estúdio TOTH, do qual os dois guitarristas da banda, Danilo e Fernando são proprietários. Antes do lançamento do full-leght, a banda disponibilizou três singles (contendo clipes disponíveis no Youtube), apresentando formalmente o novo front-man da banda, Arthur Mutanen como membro ativo do Bullet Bane.

Ponto” é resultado de um longo e intenso trabalho, e nada mais justo que falar diretamente com a banda para saber um pouco mais sobre esse processo de criação, mudanças na formação, futuro e sobre a cena underground. Para isso, a equipe do ROCKNBOLD conversou com Renan Garcia, baterista da banda, e o resultado vocês conferem logo abaixo:

ROCKNBOLD – Vamos começar falando sobre a atual formação do Bullet. Como foi a entrada do Arthur na banda? Foi algo repentino ou vocês já vinham amadurecendo?

RENAN GARCIA – Estamos em um momento excelente nesse quesito, onde todos se puxam e produzem bastante. Com certeza esse momento condiz muito com a entrada do Arthur. Ele entrou no segundo semestre de 2018, e foi o momento onde começamos a composição do álbum “Ponto”. A entrada dele foi algo bem natural para nós, conhecemos ele desde 2014, 2015. Ele fazia alguns vídeos para o youtube fazendo versões acústicas de músicas do Bullet. Depois ele foi gravar um projeto chamado “Alude” no estúdio TOTH (que os guitarristas Danilo e Fernando são proprietários) e eu acabei gravando as baterias. Nesse momento os laços se aproximaram e ele começou a acompanhar o Bullet em alguns shows, então ele entrar na banda foi um processo bem natural e unânime para todos nós.

ROCKNBOLD-  Agora indo em direção ao novo lançamento de vocês, conta para a gente como foi a concepção do “Ponto”. Foi orgânico?

RENAN GARCIA – O “Ponto” foi o álbum do Bullet que mais rolou dedicação na pré-produção. Rascunhamos em torno de 40 ideias de músicas e selecionamos as 9 que mais se conectavam e deixam o álbum com uma cara de unidade, com tudo se falando entre si. Fizemos o álbum de diversas formas, experimentando de tudo. Algumas músicas surgiram com melodia de voz e violão, outras surgiram um riff de guitarra, outras começaram com bateria e gravamos instrumental em cima. Não temos uma regra específica para compor.

ROCKNBOLD – Quem acompanha o Bullet ficou ainda mais envolvido com as melodias e as letras que constam nesse novo trabalho. O processo de composição veio de um lado apenas, ou foi um processo coletivo dos cinco?

RENAN GARCIA – Todos criam bastante no processo de composição. Basicamente todos cuidam da sua parte, mas sempre abertos a sugestões dos outros integrantes. Funcionamos bem em conjunto quando estamos no estúdio criando e gravando.

ROCKNBOLD – Algo que fica bem evidente é a parte lírica, letras que puxam do âmago da alma sentimentos diversos. É uma marca registrada do Bullet letras que mexam com o emocional do público?

RENAN GARCIA – Acredito que acaba sendo uma característica forte do Bullet tratar de alguns sentimentos internos, mais particulares, que muitas pessoas têm problemas ou dificuldades de expor. Quem escreveu as letras do “Ponto” foi o Arthur, pouca coisa a gente acabou adaptando ou trocando alguma palavra que soasse mais musical, mas no geral ele fez 100%. As letras falam basicamente do que vivemos e sentimos, nada além disso.

ROCKNBOLD – Falando um pouco sobre a cena, qual a sua opinião sobre bandas do cenário underground como Menores Atos, Ponto Nulo No Céu e vocês também, tocando em festivais de renome como foi o caso do Rock In Rio ano passado? Isso gera de novo aquela importância que o underground tem para a música nacional?

RENAN GARCIA – O Rock In Rio foi uma experiência muito importante para nós, e ver nossos amigos do PNNC e do Menores Atos no line-up foi algo muito marcante também. O PNNC tocou no mesmo dia que nós, então deu para ver no olho deles e sentir a energia junto, e o dia foi muito especial para todos. O que eu vejo nessa situação é o underground claramente é importante para música nacional. Não tem como não olhar para o underground, pois está cheio de artistas trabalhando e produzindo muito material de qualidade que não fica atrás de nenhuma banda que está com a exposição em grandes mídias. O caminho é produzir, gravar, lançar, ter um planejamento, tocar em muitos lugares para o máximo de pessoas possível, o resto é consequência.

ROCKNBOLD – Pra gente fechar em clima de quarentena, por uma boa causa, claro, vocês estão trabalhando em novidades pro Bullet? Como estão os passos futuros?

RENAN GARCIA – O corona surgiu bem no momento em que lançamos o “Ponto” e estávamos planejando a tour de lançamento. Tivemos que colocar o pé no freio e vamos esperar esse momento passar. Acredito que assim que tivemos uma visão de como serão os próximos meses é bem provável que comece a fechar os shows e o planejamento da tour do álbum. Queremos passar pelo máximo de estados do Brasil, mas agora o momento é de responsabilidade social. Como a temática do próprio álbum já diz: “CUIDE DE VOCÊ”, e dos seus. Logo estaremos juntos novamente.

E se você ficou curioso quanto ao trampo novo desses caras, segue o “Ponto” na íntegra para apreciação sem moderação. Toda a discografia dos caras está nas plataformas de streaming, além, como eu disse lá em cima, de clipes no Youtube.

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