Vitor Kley abandona a temática praiana em seu melhor trabalho da carreira, “A Bolha”

Vitor Kley abandona a positividade praiana em “A Bolha”, melhor álbum da carreira

Muito forte no pop brasileiro, a vertente good vibes abriu espaço para uma série de artistas que começaram a carreira com vídeos no YouTube e possuem canções cuja principal mensagem é aproveitar cada segundo da vida, espalhando positividade e sem economizar no romance. Nomes como Anavitória, Melim, Lagum entre outros artistas fazem parte dessa “cena”, como eles mesmos chamam o movimento.

Em 2017, o Brasil conheceu Vitor Kley, um jovem com longos cabelos loiros tocando violão na praia. “O Sol” rapidamente tornou-se seu maior hit e passou a tocar nas rádios de todo o Brasil, tomando conta das paradas e rendendo indicações em premiações nas categorias de Música do Ano e Artista Revelação.

Dois anos depois, Vitor já deixava claro que estava deixando um pouco de lado a temática praiana e as composições sobre verão em sua parceria com Samuel Rosa que abriria as portas para o projeto acústico Microfonado, lançado naquele mesmo ano enquanto o cantor começava a trabalhar em seu novo disco com o produtor Rick Bonadio.

Nesta quinta-feira (19), conhecemos A Bolha, disco com 12 faixas gravadas em estúdio que chegam em todas as plataformas digitais.

Embora o título do trabalho e a arte da capa se encaixem com o momento de isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus, Vitor Kley já vem trabalhando nele há um tempo. De acordo com uma publicação feita nas redes sociais, algumas das músicas presentes no disco já vinham sido pensadas em 2016, enquanto compunha em seu quarto e registrava suas canções num aplicativo de celular.

Além disso, o cantor se despediu de sua fase Adrenalizou, disco que rendeu sucessos como Morena e a faixa que dá o nome ao disco, colorindo todas as suas redes sociais de roxo com detalhes em laranja, que mais tarde descobriríamos ser a capa de A Bolha.

https://www.instagram.com/p/CBO9KPjBIdH/

A Bolha é o melhor trabalho da carreira de Vitor Kley até agora. O cantor não abandona os discursos positivistas e com uma veia hippie que já conhecíamos em suas composições anteriores. “É pop, mas é claro que com pitada de rock. Tranquilo, mas um tanto envenenado. Só, mas muito bem acompanhado. De cordas a metais, de beats a baterias, de alegria a melancolia. Afinal de contas, nunca soube me definir e nem quero”, declarou Vitor dias antes de lançar seu mais recente trabalho. 

Na primeira faixa, já vemos como o disco e o novo estilo abordado pelo cantor é bem-vindo em sua carreira, abrindo o trabalho com Ainda bem que chegou, muito diferente do que fomos apresentados com seu primeiro single, O Amor é Segredo, que mais tarde descobrimos ser uma das canções que se diferenciam do resto do trabalho justamente por seu ritmo mais lento. Logo depois, Vitor Kley trouxe aos fãs uma parceria com o cantor Vitão que rendeu um enorme sucesso nas redes sociais com a canção Jacarandá, diferente de tudo o que conhecemos do cantor.

Jacarandá deve ser a canção mais cativante do álbum, fácil de colocar no repeat. Com ela, Vitor visita um estilo mais jovem e moleque, consequência da parceria com o xará. A mesma vibe jovial pode ser ouvida de novo em Retina, faixa inédita que conta com um estilo nunca mostrado antes pelo cantor, de melodia animada e com batida claramente marcada com alguns recursos do hip-hop.

Vitão não é a única participação especial presente em A Bolha, o cantor Jão também faz uma aparição na canção Dúvida, mudando totalmente o ritmo do ouvinte quando violão e piano vão subindo tons junto aos vocais dos dois. A canção tem um clímax de chamber pop com guitarra, valorizando as vozes de ambos cantores.

Vitor Kley não deixa de cantar sobre romance, isso é claro em faixas como Anjo ou Mulher, Menina Linda e como já citamos, O Amor é o Segredo. Outra faixa que merece destaque é Sua Falta, em que Vitor mais uma vez mergulha na melodia do piano e violão dedilhado para escrever uma declaração à pessoa amada, mas dessa vez com um tom de agonia, citando sentimentos como ansiedade, solidão e saudade.

Vale comentar sobre a última faixa do álbum, Vai na Fé, que já mostra todo o seu potencial logo no início com um coral lindo e quase gospel abrindo a canção. Nela, Vitor traz novamente a vibe que já estamos acostumados em ver em suas canções com a letra “Na vida a gente vence quando espalha o bem e o amor”, porém diferente de outros trabalhos anteriores como Armas ao nosso favor, a melodia tem influências R&B, funk e soul de estalar de dedos.A Bolha está disponível em todas as plataformas digitais.

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