Entre os novos nomes que emergiram e fizeram caminho para nossa lista de favoritos, há um velho e recorrente que se recusa a desaparecer. Desta vez reivindicando suas músicas antigas e transformando 2021 no novo 2012, Taylor Swift fez do ano sua cadela mais uma vez. A prova de que Swift, realmente, volta mais forte do que uma tendência dos anos 1990.
É difícil pontuar um momento do ano que não tenha sido corrompido pela presença de Swift. O ano começou com o lançamento digital da versão deluxe de evermore – um de seus álbuns que tornou 2020 algo melhor do que estava destinado a ser. E, se a trilha sonora de seu janeiro não foi resumida em “right where you left me” e “it’s time to go” (as músicas bônus do álbum), certamente conta com a participação de “drivers license”, single debut de seu “prodígio musical” Olivia Rodrigo.
Isso não é uma tentativa de descreditar Rodrigo por seu talento musical. A própria falou diversas vezes sobre a influência que Taylor teve em suas composições, chegando a creditá-la em “1 step forward, 3 steps back” e “deja vu”. Sua incandescente ascensão comprova, além de seu talento, o legado e a influência de Swift – ao mesmo tempo em que a artista, em seus 32 anos, testemunha sua incontestável imortalidade e reinvenção artística.
As regravações e a reescrita da história de Swift
Em 2021, se tornou impossível passar mais de dois meses sem falar sobre Taylor Swift. Em março, a compositora se tornou a primeira mulher a receber três Grammys por “Melhor Álbum do Ano”, angariando o mais recente com folklore. Um mês depois, Swift lançava a primeira das seis regravações que fará ao longo dos próximos anos – medida que tomou após perder os direitos de seus primeiros álbuns para o seu “rival”, Scooter Braun.
Fearless (Taylor’s Version) teve atenção e promoção até da esposa de Joe Jonas – o tópico de boa parte das músicas do álbum. E, lançando padrão para as próximas regravações, conta com músicas descartadas do álbum original, muitas vezes bops. Contudo, é Red (Taylor’s Version) que melhor exemplifica a capacidade de Taylor em ressignificar seus clássicos. Apesar de o álbum original ter sido lançado há quase dez anos, o Taylor’s Version se tornou o álbum por ato feminino mais ouvido em um dia no Spotify.
Red (Taylor’s Version) e a reescrita da indústria musical
Mais do que isso, o impacto de Red (Taylor’s Version) é visível para além do “pequeno” culto de swifties. A capacidade (e coragem) da artista de revisitar seus antigos álbuns e transformá-los em algo novo e formidável “reformula a indústria musical”. Afinal, não é qualquer artista que nos recorda de um término de uma década atrás com a mesma afeição e tormento do primeiro dia. Entregando uma retrospectiva de relacionamentos passados, Taylor nos fez ouvir repetidamente e decorar uma canção de dez minutos e chorar por um curta de 15 minutos baseado na canção. Não é exagero, “All Too Well (10 Minute Version)” se tornou a canção mais longa a chegar ao topo da Billboard Hot 100.
Próximo do final de 2021, o segundo álbum da saga pandêmica de Swift, evermore, recebeu indicação ao Grammy. Não há dúvidas de que seus mais recentes lançamentos merecem o mesmo reconhecimento para o próximo ano. Em um ano que fala sobretudo quanto à capacidade de Swift de influenciar novas impressionantes vozes e de reinventar a sua própria, o que se sabe é que 2021 é, de fato, mais um marcante capítulo no livro de Taylor Swift. E, se “22 (Taylor’s Version)” é qualquer indício, podemos esperar o mesmo de 2022.