A volta de John Frusciante ao Red Hot Chili Peppers foi anunciada em 2019. Desde então, fãs esperam por um novo trabalho triunfal que marcasse o retorno do casamento entre um dos maiores guitarristas da história da música e uma das maiores bandas do rock. Três anos se passaram e aqui temos Unlimited Love.
O décimo segundo álbum do RHCP
São 12 álbuns e quase 40 anos de carreira. O Red Hot Chili Peppers já tem o nome gravado na história da música e principalmente do gênero. Inclusive, recentemente a banda ganhou uma estrela na calçada da fama. Com toda essa história, é difícil saber inovar. E mais do que isso: será que é preciso?
“Unlimited Love” tem mais de uma hora de duração, mostrando que os californianos vieram com vontade. A banda teve muito tempo pra produzir as canções após a volta de Frusciante e com a pandemia da Covid-19 de “bônus”. Os músicos revelaram também que gravaram muito mais material do que o divulgado.
O single “Black Summer”, lançado em fevereiro juntamente de um clipe eletrizante, é uma ótima canção. Na sequência dos lançamentos, “Poster Child” tem o baixo de Flea como grande destaque e mais a romântica “Not The One”.
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É preciso inovar?
Durante todas os discos que produziu, o Red Hot Chili Peppers caminhou por vários lados e os maiores fãs sabem. Diante disso, Unlimited Love é um prato cheio pra quem gosta. Como já dito, não há grandes novidades.
John Frusciante voltou bem, o vocal de Anthony Kiedis também passa longe de decepcionar e a bateria de Chad Smith está em boa forma com a banda. Flea, aqui, é destaque. Em “These Are The Ways” e “It’s Only Natural”, os quatro têm grande sintonia. A primeira, favorita de muitos, é realmente excelente, tanto sonoramente quanto na letra de caráter crítico.
Na questão novidades, a questão que fica é: o Red Hot Chili Peppers é uma das poucas bandas de uma outra geração que ainda estão de pé e mantém o gênero vivo. Por consequência, para trazer alguma sonoridade nova e conquistar novos fãs, teriam que se adequar a nova indústria. Não me parece ser algo que fariam, muito menos algo que precisem fazer.
O álbum é uma grande mistura do que já fizeram durante esses quase 40 anos. O ouvinte que conhece a discografia pode ter a impressão em algumas canções que está em “Californication” ou “Stadium Arcadium”. Ou, então, até nos primeiros discos, mais voltados ao funk bass.
Pra quem iniciou o século XXI ao som da banda e conhece a história destes músicos, a décima segunda obra é uma cereja do bolo. Pra aqueles que sempre curtiram, mas estão em busca de novidades: não é aqui o lugar. Entretanto, é preciso lembrar que este é só um começo, segundo a própria banda. John Frusciante acabou de voltar e com certeza tem muito material pra mostrar.
O amor como temática
Voltado pela letras “românticas”, o amor como temática foi uma boa sacada. A estética vermelha, juntamente do clipe de Black Summer, dá uma energia a mais. A intenção é mesmo voltar às origens.
Entretanto, avaliando as líricas, a impressão que fica é o “amor ilimitado” foi algo que acharam em comum no meio de tantas canções arquivadas. Outro aspecto para esse “achismo”: a banda nunca teve um forte em singularidade nos álbuns.
Destaque para as canções: “Aquatic Mouth Dance”, “The Heavy Wing” e “Bastards Of Light”.
Expectativas pro futuro
A turnê do Red Hot Chili Peppers está em andamento. A ver como as novas canções vão soar ao vivo para velhos e novos fãs. Além disso, a vontade dos músicos para fazer grandes shows também precisa ser observada. No Brasil, os últimos não foram lá essas coisas.
A expectativa é que a volta de Frusciante dê um gás. O RHCP tem, claro, muito pra mostrar e nunca é bom subestimá-los. Que o próximo trabalho não demore muito.