ALVA: Florescendo em meio à Escuridão

Cantora fecha ano de lançamentos com EP “De Onde eu Vim o Amor não Acaba” com duas faixas inéditas incluindo participação com Luccas Carlos

É num 2020 tomado pelo negacionismo e um confronto direto entre o ceticismo e o fenômeno da pós-verdade que a cantora Tais Alvarenga quebrou suas próprias barreiras para se lançar no mercado musical sob o pseudônimo ALVA. A artista traz muito mais do que um novo nome artístico, e desde o início do ano carrega em suas novas músicas autorais uma proposta que dialoga com o mainstream sem soltar a mão de suas origens.

De Onde eu Vim o Amor Não Acaba foi lançado nas plataformas digitais na última terça-feira, 15 de dezembro, fazendo jus à sua ancestralidade logo no título. O EP é composto de seis faixas, sendo duas inéditas que completam uma narrativa de um processo de libertação emocional e física com início, meio e fim.

O trabalho traz uma forma diferente da artista apresentada em outubro com o single “Meu Bem“, que introduzia um discurso mais forte e de urgência, tornando-se um verdadeiro manifesto. Dessa vez, ALVA desabrocha todo o seu amadurecimento pessoal e profissional em seis faixas que funcionam como diferentes capítulos de sua vida, cuja ordem foi pensada nos mínimos detalhes, bem como os versos das canções que o compõem.

ALVA, divulgação.
Imagem: Divulgação

Muito Esperto” foi a escolhida para dar o pontapé inicial dessa narrativa de superação e autoconhecimento. A decisão é ousada e um tanto arriscada, visto que o trabalho começa com uma música até então desconhecida pelos fãs da cantora, mas que apresenta uma ALVA vulnerável, mas que antecipa o que está por vir nas cinco faixas seguintes: as possibilidades de um processo de libertação que só depende de si mesmo.

“É muito complexo, “Muito Esperto” é a [música] mais desesperada e fala de alguém de dentro da relação”, conta a cantora em uma entrevista exclusiva ao ROCKNBOLD. A faixa, praticamente autobiográfica, denuncia um relacionamento abusivo em que uma das partes ainda não possui esse conhecimento. Ela é o início de uma história que possui referências na última faixa, com “All This Drama“, em que a cantora desabafa sobre como tudo o que o casal em questão passou era desnecessário, visto hoje com uma ótica mais madura e nada saudosa. “O amor é tão maior, o que se pode construir é tão maior que a visão, a evolução,  a consciência e sua visão de si fica muito maior”, comenta a cantora.

“Quando eu ouvi o EP pronto eu notei que essa narrativa era muito minha comigo”, referiu-se ALVA a sua música inaugural, “Honestamente“, lançada no início do ano e que ocupa a terceira faixa do EP, em que a cantora desabafa “de madrugada saí só pra te procurar”, enquanto mais tarde acena às suas origens com os versos “Sou Brasileira, sou neta de Índia. Aqui tu não mexe, comigo não brinca.” Essa faixa específica mostra o amadurecimento da artista em apenas um ano, em que uma nova ALVA olha para trás de um lugar de mais força, com um entendimento mais claro.

Esse processo de libertação emocional e física está presente em todo o trabalho de estúdio, com as músicas fugindo dos padrões do mercado musical e incitando ao público um novo diálogo, que pode parecer romântico, mas que na verdade propõe uma evolução individual, busca novos caminhos de si e de leveza pela frequência da quinta dimensão. Um dos principais destaques é a primeira parceria de Tais Alvarenga sob o nome artístico de ALVA, com o rapper Luccas Carlos: “All This Drama“.

“Acho ele um artista gigante, muito humilde e muito querido, num lugar que eu acredito que é da nossa profissão, apesar de idolatrada, é um lugar de serviço”, comenta a cantora sobre a parceria com Luccas Carlos, “Acho que ele se sentiu abraçado [com “All This Drama“] porque fala sobre tudo o que o artista passa de ser tido como hippie, perdido, sequelado e um lugar de busca por leveza.”

All This Drama” permite aos fãs a exploração de uma cantora mais ousada, bem resolvida de si e que usa e abusa de toda a sua versatilidade. Brincando com versos em português em inglês, flertando com o rap e arriscando diversos passos de dança no videoclipe, ALVA entrega tudo e mais um pouco de si, deixando ainda assim uma curiosidade sobre o que o mundo ainda verá sobre ela.

ALVA, divulgação.
Imagem: Divulgação

Chegando mais ao fim da conversa, ALVA reflete que, por mais que tenha um EP sobre maturidade espiritual e emocional, não quer definir a recepção do público ao ouvir seu trabalho. “O universo de cada um vai gritar em um lugar”, conclui a artista.

Futuro

A disponibilização de De Onde eu Vim o Amor Não Acaba fecha um ano de lançamentos, bem como a estreia de Tais Alvarenga como ALVA na música brasileira. A cantora dividiu seu primeiro álbum em dois EPs, em que o segundo capítulo deste será apresentado ao público no início do ano que vem, mas cuja ideia inicial está sendo reformulada.

“Eu sou outra pessoa agora”, referiu-se ao período pandêmico que tomou conta de 2020. “Como é um EP de libertação num âmbito artístico, eu comecei a me olhar e me dar a liberdade de ser o que quisesse”, finaliza.

Ouça De Onde eu Vim o Amor Não Acaba no Spotify:

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